Uma enfermeira que atua na Grande Florianópolis criou uma história em quadrinhos para ensinar pacientes sobre prevenção e técnicas de primeiros socorros a queimaduras. O projeto da intensivista Carolina Milhorini, professora de enfermagem na unidade do Senac de Palhoça, partiu dos plantões que dava em um hospital quando ainda cursava a graduação e acabou recebendo um prêmio.
Continua depois da publicidade
Saiba como receber notícias de Florianópolis no WhatsApp
— Eu fazia plantão junto com uma docente no centro de tratamento de queimados, e a gente discutia bastante sobre as queimaduras que chegavam lá. A maior parte delas, cerca de 90%, era queimadura que poderia ter sido evitada. Muitos pacientes também chegavam lá com queimaduras muito graves, que não estariam assim se eles tivessem recebido primeiros socorros — diz Milhorini, que, à época, estudava na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná.
A partir daí, a então aluna chegou junto com a professora Juliana Helena à ideia de produzir uma HQ, um material que poderia conversar com diferentes públicos sobre o quadro clínico. Milhorini escreveu então um enredo que tratava da história de Ana, uma menina que visita uma empresa de jogos de realidade virtual com uma excursão escolar. No local, ela conhece um game sobre queimaduras, que, em cada fase, ensina a garota sobre como se prevenir e prestar os primeiros socorros, além de pedir ajuda.
Com a ideia na cabeça, a HQ foi desenhada pelo ilustrador Danniel Kin. O projeto ainda passou pela avaliação de um comitê de especialistas em queimaduras e pelo crivo de um grupo de leitores antes de ser finalizado. Agora, ele está disponível online e já foi utilizado na campanha de prevenção a queimaduras do Hospital Universitário de Londrina, o que a enfermeira tenta levar a outros locais.
Continua depois da publicidade
— A gente tem um projeto também para transformar o enredo da HQ em outros formatos, em áudio e vídeo, também com Libras, porque com a HQ a gente acaba não pegando algumas populações, como as não alfabetizadas ou as que têm algum tipo de deficiência visual ou auditiva — afirma.
Apenas no formato de história em quadrinhos por enquanto, o projeto foi premiado na categoria educação do prêmio Top Inovação, concedido pelo polo de Curitiba da Uninter, no ano passado.
Leia mais
Hospital de SC se torna o 4º do Brasil com mais transplantes de fígado em 2022