O primeiro dia de vacinação contra o coronavírus em Joinville coincidiu com o dia em que a técnica de enfermagem Fabiane Regina Correa da Rosa completou 44 anos. Ela trabalha no Hospital São José de Joinville há 17 anos e, nos últimos 10 meses, esteve na linha de frente do combate ao coronavírus.
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As vacinas chegaram em Joinville na manhã desta terça-feira (19) e, à tarde, após o ato simbólico de vacinação de Joinville, os profissionais de saúde que trabalham diretamente com os pacientes com Covid-19 começaram a receber a primera dose da CoronaVac.
— Eu pensava que estava muito longe de isso [a vacina] acontecer. Essa vacina é uma luz no fim do túnel — afirmou ela.
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Fabiane lembrou de como os profissionais de saúde têm vivido este período, entre tristezas e aprendizados dentro da ala exclusiva para pacientes com Covid-19 — e de como os colegas formaram uma família em um momento em que precisavam ficar distantes dos pais, avós e amigos para não correrem o risco de contágio.
Também destacou a série de sentimentos destes meses de pandemia em que, somente em Joinville, mais de 570 pessoas morreram ao contrair a doença.
— Nós passamos por todas as fases: a expectativa, o pânico, o pavor… Houve um final de semana em que nós choramos, como se fosse o último. A gente viu muitas pessoas morrendo. Pessoas que chegavam conversando, rindo, e que evoluíam muito mal apesar de todos os esforços, de toda a tecnologia, de toda a medicina — recorda.
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Agora, ela oferece esta chance de receber a primeira dose da vacina como uma homenagem aos colegas de profissão que não sobreviveram para passarem por este momento de alívio. Recordou de Miro, o técnico de enfermagem do Hospital Regional de Joinville que morreu em maio, no mesmo dia em que a técnica de enfermagem Lúcia, e da colega Raquel, enfermeira do São José que morreu em outubro.
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— Ninguém pode esquecer dos que morreram. Essa vacina é em nome de todas as pessoas. E que o mundo aprenda a lição: a vacina sempre foi a solução. Se vivemos tanto hoje, é por causa das vacinas. Acho que as pessoas tem que tirar esse pensamento em cima da política que se faz sobre a desgraça alheia e acreditar na ciência — disse.
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