“Burro! Burro!”. O placar apontava 1 a 0 para o Atlético-PR, a equipe do Grêmio saía de campo para o intervalo e as vaias da torcida já ecoavam pelo Orlando Scarpelli. Na segunda etapa, a cada nova substituição promovida por Enderson Moreira as críticas vindas da arquibancada ganhavam força. Ao término da partida, o treinador saiu para os vestiários sob fortes vaias dos gremistas que lotavam o espaço que lhes foi destinado no estádio.
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Questionado sobre a pressão que está enfrentando nos últimos jogos e sobre a crescente desconfiança da torcida, o técnico minimizou:
– Eu acho que a pressão é desde o momento que eu aparecia aqui. Isso é normal. A responsabilidade é toda minha. O time reagiu, buscou o resultado e infelizmente não conseguimos. Criamos boas oportunidades, oportunidades claras. Mas a gente não conseguiu fazer o gol que nos daria o resultado que a gente buscava.
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Na saída para o intervalo, o treinador chegou a aplaudir os torcedores que o criticavam. Sobre essa atitude, Enderson declarou:
– Isso (bater palmas para a torcida) era no sentido de chamar o torcedor para poder nos ajudar. Precisamos nesse momento da ajuda do torcedor. Precisamos que na ossa torcida possa acreditar no trabalho. Evidente que todo mundo quer vencer. Nós, comissão, atletas, todos querem vencer – disse o treinador. “Tocedor só confia quando ganha. Torcedor não confia quando perde”, completou.
Apesar da fase complicada da equipe, Enderson Moreira não parece temer uma possível demissão em caso de mau resultado na argentina (na próxima quarta-feira, o Grêmio enfrenta o San Lorenzo em partida válida pelas oitavas de final da Copa Libertadores).
– A minha permanência sempre foi colocada em cima de resultados. Eu sei como funciona o futebol. Tenho tido conversas com a direção e todos tem me dado muita segurança. Eu não sofro por antecipação, tenho o pensamento sempre no próximo jogo.
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Algumas das principais críticas que o comandante tricolor tem recebido estão relacionadas com as substituições por ele promovidas durante as partidas. No jogo de hoje, o Grêmio jogou praticamente metade do segundo tempo com uma defesa quase que totalmente improvisada. Sobre as alterações na equipe, Enderson declarou:
– O time deles não atacava, a gente precisava de mais jogadores jogando na frente. Se tivesse virado o jogo, de repente teriam elogiado. Fiz com convicção. Eu não jogo para empatar. As vezes dá certo, as vezes não.
Confira outras declarações do treinador em sua entrevista coletiva:
Auto-avaliação:
“Isso quem tem que avaliar são vocês, não eu. Eu faço aquilo que eu acho que tem que ser feito. Depois que já foi feito é fácil criticar, mas tomar a decião é para poucos.”
Onde o Grêmio errou:
“Nós temos que transformar as oportunidades em gol. Tivemos situação de gol. Temos que acertar o gol. Ter um pouquinho mais de tranqüilidade.”
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Objetivos para a temporada:
“Eu nunca fiz promessa. Sempre falo que vou fazer o meu trabalho da melhor maneira possível. Os atletas sabem da importância desses confrontos, de obter uma grande conquista. O objetivo é buscar os resultados. Estamos vivos na maior competição do continente e a gente precisa jogar com toda a força com toda a concentração nesse jogo (de quarta-feira, diante do San Lorenzo).”
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