Um total de 55 corpos foram encontrados nesta quarta-feira a bordo de três embarcações cheias de migrantes, dos quais 51 no porão de uma delas, que tentavam entrar na Europa atravessando o Mediterrâneo, informou a guarda costeira italiana.

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Segundo a fonte, durante o dia foram resgatados cerca de 3.000 migrantes. Foram realizadas ao menos dez tarefas de salvamentos de embarcações precárias ou barcos infláveis em dificuldade no canal da Sicília e não muito distante da costa líbia.

O navio sueco Poseidon, que faz parte da operação Triton, coordenada pela Marinha de guerra italiana, socorreu 439 migrantes na frente da costa da Líbia.

Um porta-voz da Guarda Costeira sueca confirmou à AFP que o Poseidon resgatou com vida 439 pessoas. No porão estavam 51 corpos de migrantes que, ao que parece, morreram intoxicados pelas emissões de fumaça do barco.

Os socorristas italianos informaram a morte de outras quatro pessoas, entre elas três mulheres que se encontravam em uma lancha inflável com 120 migrantes e refugiados a bordo, a qual foi socorrida por um barco da marinha italiana.

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Segundo o jornal italiano Il Corriere della Sera, nesta quarta-feira chegaram ao porto de Catânia, na Sicília, 218 imigrantes a bordo do barco croata Andrija Mohorovicic, que também participa da operação Triton.

A maioria dos passageiros são originários da Síria, da Somália e da Eritreia e inclui vários menores de idade, cerca de 40, muitos deles sem acompanhante.

Um jovem somali de cerca de 20 anos, que sofria de diabetes, morreu no barco croata durante a travessia, segundo informaram as autoridades sicilianas.

Na véspera, a morte de outro jovem africano foi registrada a bordo de um barco da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF).

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Segundo os companheiros de travessia, morreu por problemas de saúde causados pelos espancamentos recebidos durante sua estadia na Líbia antes de começar a viagem.

A crise migratória, entre as mais graves da história recente da Europa, está transbordando a Itália.

As operações de resgate se multiplicaram, segundo informou a Guarda Costeira italiana.

Os barcos da operação Triton têm somente a missão de proteger as fronteiras exteriores da União Europeia, embora a Itália os envolva nos resgates humanitários apelando com o artigo 98 da Convenção da ONU sobre Direito do Mar, que obriga a salvar qualquer vida em perigo no mar.

Barcos do MSF patrulham também diariamente a faixa do Mediterrâneo central que vai desde Zuwara a Trípoli, a 30 milhas da costa da Líbia, colaborando com as autoridades da Itália.

* AFP