A Polícia Civil de Florianópolis localizou, no começo da tarde desta segunda-feira (04), o corpo da jovem transexual Júlia Volp, de 20 anos, que estava desaparecida desde a quinta-feira passada. A vítima foi encontrada em um terreno baldio próximo ao trevo dos Ingleses, no norte da Ilha.

Continua depois da publicidade

Junto à vítima não foram encontrados documentos ou pertences. O corpo estava em avançado estado de decomposição e foi identificado pelo Instituto Médico Legal através de necropapiloscopia.

A causa da morte, no entanto, ainda não foi confirmada pelo IML. O indício, segundo o delegado Vanderlei Redondo, titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, é de que a vítima tenha sido assassinada. Por isso, a investigação ficará com a Delegacia de Homicídios da Capital.

Moradora de Criciúma, Júlia Volp viajou para Florianópolis onde estaria trabalhando como garota de programa. Buscava juntar dinheiro para viajar para a Itália e guardava cerca de 700 euros na bolsa. A jovem havia sido deportada pelo governo italiano, que a mandou de volta para o Brasil com a passagem que ela mesma havia comprado. O objetivo de trabalhar na Ilha era recuperar esse dinheiro e voltar para a Europa.

Familiares lamentam a morte

Continua depois da publicidade

Tia de Júlia, Jaciara Rita Nicolau disse que a família sabia o que a jovem tinha ido fazer em Florianópolis, mas por medo da violência, chegou a pedir que ela não viajasse.

— A gente aceitava ela, só pedia para ela não ir para esses lugares, quando ela tentou ir para Roma e mandaram ela de volta para o Brasil, a gente pediu pra ela não ir para Florianópolis — lamenta.

Amigo de Júlia, o designer e fotógrafo Vanio Tomé passou os últimos meses ajudando a jovem a buscar espaço no mercado da moda. Depois de conhecer Julia em um evento, ele viu potencial e propôs um ensaio fotográfico. — Eu estava auxiliando ela para entrar na carreira da moda e infelizmente aconteceu isso, não deu tempo — resumiu.

Ouça a reportagem: