Os funcionários do Hospital Florianópolis, no Bairro Estreito, região continental da Capital, encerram, na noite desta segunda-feira (11), a greve iniciada pela manhã. O grupo paralisou as atividades por falta de pagamento de salários e pelas condições de trabalho. No sábado, os servidores do Hospital Regional de Araranguá, no Sul do Estado, também entraram em greve pelo mesmo motivo. Os dois hospitais são administrados pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).
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Conforme o sindicato da categoria (SindSaúde), a empresa pagou os salários dos trabalhadores ainda na manhã. Mas o protesto seguiu durante a manhã e a tarde porque a a SPDM não quitou as multas de dezembro e novembro justamente por conta do atraso dos vencimentos. Esses valores foram pagos no final da tarde, o que possibilitou o encerramento da Greve.
No entanto, além da questão salarial, os funcionários reclamam da falta de condições de trabalho. A enfermeira Caroline Gomes, 28 anos, trabalha há um ano e meio da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Ela conta que, além dos recorrentes atrasos de salários, os funcionários não estão conseguindo trabalhar pela falta de insumos e medicamentos básicos.
— A gente já vem há alguns meses tendo falta de material, como agulhas e seringas, mas agora, como agravou a crise financeira dentro da entidade, faltam coisas mais necessárias, como medicamentos. Isso é preocupante porque estamos colocando a vida da população em risco. Não é só pelo salário que estamos em greve, é por toda essa situação crítica.
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O Samu, também administrado pela associação, está em estado de greve devido aos salários atrasados. Em reunião que terminou depois das 22h desta segunda-feira, os funcionários decidiram pela greve a partir de quinta-feira, e até lá, paralisações de duas em duas horas.
Atendimento reduzido
Durante o dia, o setor de emergência, centro cirúrgico, ambulatório e administrativo ficou com o atendimento reduzido. Por volta das 11h, quando a reportagem da Hora de Santa Catarina esteve no local, havia poucas pessoas esperando por atendimento. Uma delas era a auxiliar de cozinha Fernanda Branco, 28 anos.
— Eu concordo com a greve porque é preciso ter mais compreensão por parte do governo em todas as áreas, não só na saúde.
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O que diz a SPDM
Segundo a SPDM, o agravamento do desequilíbrio financeiro trouxe algumas dificuldades para a unidade, no entanto, as condições de trabalho são preservadas. A entidade não informou sobre a falta de medicamentos e insumos.
Sobre as multas por atraso de salários, a entidade afirma que elas sempre foram pagas, “sendo este um dos fatores do déficit do orçamento do Contrato de Gestão, uma vez que o Estado não recompôs estes recursos ao orçamento”.
Hospital de Araranguá
Os funcionários do Hospital Regional de Araranguá, no Sul do Estado, entraram em greve no sábado (9) pela manhã. Os atendimentos no pronto-socorro e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) não foram prejudicados e continuam com 100% do quadro de funcionários. Nos outros setores, apenas metade da equipe trabalha em regime de revezamento.
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