Em Santa Catarina, somente 2% dos cursos superiores particulares alcançaram a nota máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2018. Entre os cursos de instituições públicas avaliados no Estado, esse índice foi de 17%.

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O levantamento foi feito a partir do resultado geral do Enade, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) na última sexta-feira (4). As notas dos cursos têm como base os resultados das provas realizadas pelos estudantes.

A lista soma 410 cursos particulares, de instituições privadas com ou em fins lucrativos, enquanto em universidades públicas e institutos das redes federal, estadual e municipais são 46.

Aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Enade avalia alunos do último ano das faculdades com a intenção de medir a qualidade da graduação no país.

No total, alunos de 456 cursos de bacharelado em Santa Catarina foram submetidos à prova em 2018, de áreas como ciências sociais e humanas, tecnologia de gestão e negócio.

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Entre os 410 cursos de instituições particulares avaliados no exame, a maior parcela (49%) obteve o conceito 3. Já entre os 46 cursos superiores públicos examinados, a nota 4 foi a mais preponderante (45%). O conceito máximo da avaliação é 5.

Levando em conta os 456 cursos superiores avaliados em Santa Catarina no Enade de 2018, apenas 4,38% atingiram o conceito máximo no exame. O índice é menor do que o nacional, que foi de 5,8%. No entanto, SC está acima da média nacional nos conceitos 3 e 4.

Modelo da prova pode explicar resultados

A respeito dos números, a coordenadora do ensino de graduação da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Jadna Heimven, comenta que é difícil fazer uma análise porque para isso seria necessário um estudo aprofundado das universidades e dos resultados do Enade desde que ele vem sendo aplicado, em 2004.

Porém, ela sugere que o fato de uma minoria dos cursos ter alcançado o conceito máximo, tanto em Santa Catarina quanto no Brasil, pode estar relacionado ao modelo da prova.

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— A prova do Enade tem um modelo integrado, que relaciona conteúdos de uma forma mais ampla. É possível que em alguns cursos os estudantes não estejam habituados a essa forma — observa.

Segundo ela, esse mesmo motivo também pode explicar a diferença entre os resultados dos cursos de instituições públicas e particulares.

— Nas públicas, como é o caso da Udesc, nós temos um envolvimento e uma campanha para que os alunos participem do exame — comenta.

Jadna Heimven ressalta que a avaliação divulgada pelo MEC na última sexta-feira diz respeito apenas às provas realizadas pelos estudantes no ano passado, e que o conceito geral dos cursos deve ser divulgado em novembro. Este último levará em conta, além da prova dos alunos, outros quesitos relacionados ao curso e à instituição.

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Entenda os conceitos

A classificação dos cursos divulgada na sexta leva em conta o desempenho dos estudantes nas provas e varia numa escala de 1 a 5. O conceito 3 reúne a maior parte dos cursos. Os que têm resultado superior à maioria recebem 4 ou 5. Na outra ponta, os cursos que ficam abaixo da média recebem conceito 1 ou 2. Cursos que não atendem a todos os quesitos para o cálculo ficam sem conceito.

MEC estuda punir alunos com notas baixas

Na sexta-feira (4), em coletiva para divulgar os resultados do exame em 2018, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que a pasta estuda maneiras de punir alunos com baixo desempenho exame. Sem detalhar as eventuais punições, Weintraub deixou claro que as medidas estão sendo estudadas dentro do ministério e que nada será realizado de maneira abrupta.

Na mesma coletiva, o ministro e o presidente do Inep, Alexandre Ribeiro Lopes, também citaram a possibilidade de divulgar os nomes de estudantes com os melhores desempenhos no exame. A intenção é tornar público apenas os nomes daqueles que acertaram mais de 60% da prova. Não será divulgada a nota específica, mas a faixa de acertos.

Confira as notas

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