Empresas dispostas a inovar normalmente assumem riscos, principalmente de ordem financeira. De acordo com a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), pelo menos 80% das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) de Tecnologia da Informação (TI) da Grande Florianópolis sofrem no bolso esses desafios. A partir desta segunda-feira, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) devem fazer esse processo ficar mais fácil para os empresários, com a abertura da Linha de Crédito MPME Inovadora, que vai disponibilizar cerca de R$ 300 milhões para esses empreendimentos.
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:: Saiba mais informações sobre a linha de crédito do BNDES
O anúncio oficial do fundo será feito nesta segunda-feira, na sede do BRDE, em Florianópolis. De acordo com a direção do BNDES, a região Sul foi escolhida para a divulgação dessa nova linha de crédito “por concentrar um grande número de empresas com características inovadoras na área de TI”. O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), Jorge Sukarie, ressaltou as facilidades de crédito que os empresários terão.
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– Os juros no Brasil normalmente começam em 11%, mas esse crédito do BNDES permite que o empresário pague apenas 4%. Além disso, há um prazo longo para pagar e carência de 48 meses. É a primeira vez que empresas na área de inovação têm uma oportunidade como esta – disse Sukarie.
Apenas na Grande Florianópolis, a Acate calcula que existam cerca de 1.800 empresas que se enquadram no perfil previsto pelo BNDES para requisitar o crédito.
– Não se tratar de depender do governo, mas muitos empresários inovadores precisam tirar dinheiro do próprio bolso no começo do negócio. O BNDES tradicionalmente investe em grandes empresas, e agora é a vez das menores – afirmou Gabriel Sant’Ana, secretário executivo da Acate.
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COMO FUNCIONA A LINHA DE CRÉDITO
Objetivo: Aumentar a competitividade das empresas de tecnologia, financiando os investimentos necessários para a introdução de inovações no mercado, e também a ampliação estrutural e de conhecimentos técnicos.
Quem pode solicitar: As Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) sediadas no país e empresários individuais inscritos no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e no Registro Público de Empresas Mercantil (RPEM), que sejam classificados por porte como MPMEs. O BNDES classifica como microempresa a companhia com receita bruta anual de até R$ 2,4 milhões; a pequena fatura entre R$2,4 milhões e R$ 16 milhões; e a média empresa mais de R$ 16 milhões e até R$ 90 milhões.
O que pode ser financiado: Qualquer item necessário à implementação do plano de negócios das MPMEs com perfil inovador. Além disso, as empresas podem receber apoio para fortalecer a capacidade financeira, disponibilizando recursos na forma de capital de giro. Também estão aptas a buscar a linha de crédito as MPMEs com perfil inovador de diferentes setores que tenham em sua composição societária Fundos de Investimento em Participações e/ou Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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Taxa de juros: Pode ser fixa de 4%, ou variável para as empresas sob controle de capital estrangeiro que exerçam atividade econômica não especificada
Participação máxima do BNDES:
– incentivo de até 90% do valor total dos itens financiáveis para taxas variáveis
– até 100% do valor total dos itens financiáveis para taxa fixa de juros
Limite do financiamento: Até R$ 20 milhões por cliente e por ano, exceto nos casos de capital de giro isolado, quando o limite anual por cliente será de R$ 10 milhões.
Prazo: Até 10 anos, incluído o prazo de carência de 3 a 48 meses. No financiamento a capital de giro isolado, o prazo do financiamento será de até 3 anos, incluída carência de 3 a 12 meses.
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Vigência: Até 31/12/2015.
Como solicitar: Os interessados devem procurar uma instituição financeira credenciada ao BNDES, que informará qual a documentação necessária e analisará a possibilidade de concessão do crédito. Após a aprovação pela instituição, a operação será encaminhada para homologação e posterior liberação dos recursos pelo BNDES.