As empresas sediadas na região Sul do país planejam turbinar os pacotes de remuneração e benefícios para atrair executivos de outros Estados. Ficar longe da família é o grande entrave para a mudança. Isso é o que aponta pesquisa da Michael Page, empresa de consultoria líder mundial em recrutamento executivo de média e alta gestão, realizada com mais de 900 profissionais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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Patrícia Tourinho, gerente da Michael Page, afirma que esse movimento não é visto só no Sul, mas em outras regiões do país, como a Nordeste.

– A região não consegue formar profissionais na mesma velocidade com que cresce a demanda. A instalação e participação de multinacionais na região também auxilia neste processo – explica a gerente.

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têxtil e suprimentos

Patrícia ressalta que dois setores apresentaram uma alta demanda e carência de profissionais neste primeiro semestre em Santa Catarina: a cadeia de suprimentos – que consiste no processo da movimentação de bens desde o pedido do cliente até a distribuição dos bens para os clientes – e a área têxtil, principalmente os setores de venda e marketing.

Para ela, a tendência é que, com o tempo, o movimento das companhias de trazer profissionais de fora seja mais corriqueiro.

De acordo com o vice presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos de Santa Catarina (ABRH-SC), Pedro Luiz Pereira, os profissionais em início de carreira são mais abertos a mudar de cidade do que os mais velhos, que já constituíram família.

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Nestes casos, os executivos desejam uma remuneração mais alta para compensar os gastos com a mudança de cidade e suas consequências como o cônjuge ter que deixar o emprego. Nem sempre as empresas tem condições de atingir esta exigência. Por isso, uma opção atrativa é a oferta de bônus por metas. Plano de previdência privada e viagens periódicas para a cidade natal são outras alternativas oferecidas.

Pereira explica que muitas empresas têm se instalado na região e por isso tornou-se mais comum que se busque profissionais em outras cidades, mas o contrário também acontece.

– É um fluxo nos dois sentidos. Tem muitas pessoas que saem daqui para trabalhar em São Paulo, por exemplo – afirma.

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Com uma gama elevada de oportunidades e salários ajustados em relação ao mercado, os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul passam a ser um polo de atração de mão de obra.

No entanto, conforme aponta levantamento da Michael Page, 52% dos executivos de outros lugares refutam as oportunidades por limitações pessoais e familiares. Já 50% rejeitam por sentir que perdem exposição, se afastando dos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo.