Duas empresas de importação e exportação em Dionísio Cerqueira, no Oeste Catarinense, foram alvos de mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (23) e tiveram bens bloqueados por envolvimento com uma facção do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil carioca, os estabelecimentos recebiam dinheiro lavado para comprar drogas e armas na fronteira.
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A operação chamada “Mercador de Ilusões” aconteceu em conjunto com a Polícia Civil de Dionísio Cerqueira. Ao todo, as empresas suspeitas de envolvimento no esquema estavam em dez estados brasileiros, e em dois anos teriam movimentado cerca de R$ 3 bilhões. Desse valor, R$ 681 milhões foram bloqueados. De acordo com o delegado do caso, Gabriel Poiava, a investigação ocorre há um ano e meio, e o material encontrado nas empresas ainda será analisado. Segundo ele, nenhuma pessoa foi presa nos locais.
— Os integrantes [da facção] estariam fazendo depósito em espécie em diversas empresas, que estariam relacionados a compra e venda de armas e drogas, e com o intuito de ocultar o dinheiro fruto dessas vendas — explicou o delegado.
Segundo o delegado, a dinâmica do esquema começava na venda de drogas com dinheiro em espécie. Então, esse montante era distribuido entre empresas fantasma, geralmente lugares que dizem assessorar estudantes que desejam ir para escolas e universidades em outros países.
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O dinheiro seria lavado nesses empreendimentos e depositado em empresas reais, que frequentemente são transportadoras localizadas em locais estratégicos para compra de armas e drogas. É o caso de Dionísio Cerqueira, que é localizada na fronteira entre Santa Catarina e a Argentina.
De acordo com o delegado, as investigações seguem o rastro do dinheiro. Os bancos percebem a movimentação estranha nas contas das empresas fantasma e informam o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que comunica à Polícia Civil.
— Eles vendem a droga, arrecadam dinheiro, e esse dinheiro vivo eles têm que ocultar, transformar em imóvel ou em criptomoeda. Então eles tem que remeter esse dinheiro para regiões de fronteira pra conseguir comprar armas e drogas — disse Poiava.
Além do ramo das empresas catarinenses suspeitas de envolvimento no esquema, nome e outras informações não foram divulgadas pela Polícia Civil.
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