Em 2001, a série Nossa Terra, publicada pelo DC, fez um raio X da região Norte. Onze anos depois, este caderno pretende mostrar como estão as atividades produtivas tradicionais, quais as alternativas de produção emergentes e para que direção caminha a economia regional
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Potência industrial, o Norte catarinense, em 2001, era responsável pelo maior Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina. Ainda hoje é assim. Há 11 anos, Joinville concentrava os novos investimentos no Estado, mas já incentivava a regionalização do desenvolvimento, levando grandes empreendimentos a se instalarem em cidades vizinhas.
Exatamente como ocorre agora, com o projeto da primeira grande montadora de automóveis no Estado, a alemã BMW, implantar sua primeira fábrica em Araquari, cidade limítrofe com o município polo.
Na década passada, unidades fabris da Marceglaglia, Cebrace e Usinor (Vega do Sul do grupo Arcelor Mittal) começavam a se instalar em Garuva, Barra Velha e São Francisco do Sul, respectivamente, todas cidades próximas a Joinville.
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Em 2001, saía o licenciamento ambiental do maior projeto industrial do Norte até então, com investimento de US$ 420 milhões (aproximadamente R$ 840 milhões pela cotação atual) da Usinor em São Francisco do Sul.
-A região caminha para se tornar um polo industrial único – previa o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria em 2001, Osvaldo Moreira Douat.
Naquele período, a Busscar, hoje falida depois de um longo processo de tentativa de recuperação judicial, ampliava exportações. A fabricante de carrocerias de ônibus dava saltos de 170% no faturamento em três anos, com a produção anual de 6 mil unidades, atendendo 55 países do Oriente Médio, América do Sul, Caribe, América Central, África e Oceania.
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Com quatro mil colaboradores nas plantas nacionais e 1,3 mil em unidades externas, a Busscar despejou um contingente enorme de mão de obra qualificada no mercado.
Graças a potência econômica do Norte, esse pessoal deve ser absorvido pelos novos investimentos programados para a região – como a montadora da BMW – e que vão consolidar o polo automotivo iniciado com a Fundição Tupy, que se tornou uma fornecedora mundial do setor automotivo.
Em 2000, quando a Embraco era a maior exportadora de SC e a Whirpool ainda se chamava Multibrás, a Tupy faturava R$ 516 milhões.
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Jaraguá do Sul, outro polo do Norte do Estado, abriga a WEG, indústria de motores elétricos que detinha 75% do mercado brasileiro. Há 11 anos, a WEG buscava a liderança mundial, com 8 mil colaboradores, e faturamento anual de R$ 962,5 milhões.
Só para se ter uma ideia de quanto a WEG cresceu, apenas de janeiro a setembro de 2012, a receita líquida da empresa ultrapassa R$ 4,5 bilhões.
Retomada do setor têxtil em Jaraguá
A região também assistiu à retomada do crescimento do setor têxtil, puxada pelas grandes indústrias de Jaraguá do Sul, como Marisol e Malwee. Em 2001, a Marisol, que já figurava entre as três maiores malharias do país, empreendeu grandes mudanças para se tornar uma empresa capaz de se adaptar mais rapidamente às exigências do mercado, exportando apenas 5% da produção e investindo em marcas próprias.
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Com 4,1 mil colaboradores em SC à época, a produção passava de 25 milhões de peças por ano. Mas a empresa previa investir R$ 14 milhões para modernizar seus parques.
A maioria dessas empresas continua forte, com faturamento crescente e abrindo novos postos de trabalho. Junto às novas companhias que surgem, garantem pujança à industrializada região Norte.