Com seis casos confirmados de coronavírus em Santa Catarina e a onda crescente de quarentena e isolamentos, é cada vez maior o número de empresas que passaram a adotar o home office. O trabalho de casa, apesar de já ser comum em algumas áreas, exige alguns cuidados com relação a segurança. Entre as recomendações da Agência de Cybersegurança da União Europeia (Enisa) para evitar problemas estão: só usar redes de wifi seguras, atualizar programas de antivírus, antimalwares e firewalls, fazer backups frequentes e evitar entrar em sites não profissionais durante o trabalho.
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Na Dialetto, empresa de comunicação de Florianópolis, todos os funcionários foram liberados para trabalhar em casa. Desde a semana passada, os colaboradores já tinham como opção o home office, mas a partir desta semana a empresa passou a recomendar fortemente que as pessoas permanecessem em casa.
— Temos políticas bem claras de home office, e isso facilitou neste momento de maior atenção por conta dos riscos de crescimento exponencial do Covid-19. Estamos orientando, dando dicas, infraestrutura e todo o suporte necessário para que os colaboradores possam seguir com suas atividades normalmente de forma remota, explicou o diretor executivo Rodrigo Lóssio.
O que também facilita na execução do trabalho é a disponibilidade de ferramentas online. Na Dialetto, por exemplo, a maior parte do trabalho é feita por e-mail, ferramenta de teleconferência, agenda e acesso a documentos na nuvem.
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— Todas as reuniões que faríamos presencialmente faremos por meio de teleconferência. Em princípio estamos aplicando a medida nessa primeira semana, mas é provável que a gente mantenha também na próxima.
A Ahgora, empresa de software de gestão de pessoas de Florianópolis, anunciou já na sexta-feira (13) a implementação do home office para os 180 colaboradores.
— A atualização está sendo crucial neste momento em que devemos rever as formas de trabalho. O home office pode evitar que colaboradores sejam infectados pelo vírus e também evita que se pare a operação da empresa, afirma Lázaro Malta, CEO da Ahgora.
Ele explica que, com ferramentas especializadas, é possível fazer desde o acompanhamento da jornada de trabalho até a gestão das atividades executadas pelas equipes. A Ahgora, por exemplo, utiliza tecnologias como Internet das Coisas (IoT) e cloud computing para proporcionar uma gestão descentralizada, gerar informações em tempo real e contribuir para uma cultura corporativa transparente.
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— Além do controle de ponto eletrônico, é possível mensurar as horas dedicadas a uma atividade específica com a gestão mais eficaz do tempo, por meio da análise das informações registradas pelos próprios colaboradores. Ou seja, é possível colocar na ponta do lápis todo o esforço para a execução de uma determinada demanda e calcular exatamente o custo de um projeto ou cliente.
A Acate, Associação Catarinense de Tecnologia, também tomou algumas medidas para manter a saúde e o bem-estar de seus colaboradores e associados. A partir desta segunda (16), todos os eventos, visitas técnicas e missões organizados pela Acate serão reagendados. Além disso, a associação recomendou a todos os colaboradores que tenham tido contato com pessoas com suspeita da doença ou que estejam apresentando algum sintoma suspeito (tosse, febre e/ou dificuldade para respirar), passem a fazer home office e reportem diariamente o seu estado de saúde.
— Nós estamos procurando seguir todas as recomendações de exigência do Ministério da Saúde. Não estamos influenciando as empresas com relação a decisão de trabalhar home office. Eu acho que cada um sabe das suas atividades e sabe o que pode fazer ou não. Também estamos lançando uma cartilha com recomendações de segurança, explicou o presidente da Acate, Daniel Leipnitz.
Aprendizado que veio de fora
Foi depois de uma conversa com a Endeavor Itália e a Endeavor Espanha que o Ceo da Involves, André Krummenauer, decidiu agir.
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— Eles compartilharam os aprendizados do que os empreendedores de lá teriam feito de diferente, analisando a situação de pandemia que está agora, e a mensagem se resumiu a: ‘se você acha que é cedo para agir, essa é a hora de agir’. Imaginando que mais cedo ou mais tarde teríamos uma contaminação ou algum caso na Involves, resolvemos agir energicamente e antecipar na prevenção, explica.
A empresa de Florianópolis, com quase 300 colaboradores, reduziu drasticamente a interação pessoal, criou diretrizes para o trabalho remoto do que precisa ser feito nesse período e cancelou viagens.
— Agimos muito rápido e nosso plano está sendo executado e já está de pé. Estamos alinhando alguns detalhes que ainda precisam ser resolvidos de forma presencial, como assinatura de contratos, por exemplo. Estamos mapeando para encontrar uma melhor alternativa.
"Não podemos parar"
A Neoway adotou o home office na sexta-feira (13) nas unidades de São Paulo e Brasília. Na segunda-feira, os cerca de 200 colaboradores de Florianópolis também passaram a trabalhar de casa. A empresa tem ferramentes próprias para comunicação interna e reuniões remotas.
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Parte das pessoas já atuava nesse regime — explica o CEO da Neoway, Carlos Eduardo Monguilhott, em entrevista ao Direto da Redação da CBN Diário. — A gente só vai cancelar reuniões que não possam ser feitas online. Vamos fazer a nossa parte para que o Brasil não pare.
Mais dicas de segurança
As empresas também devem se prevenir contra sequestro de dados e espionagem, baixando regras claras para o trabalho remoto. Para os empregadores, a Enisa recomenda informar claramente aos funcionários as regras de segurança para trabalhar remotamente, determinar quem deve ser acionado em casos de emergência e comunicar horários e contatos a todos, dar prioridade para a solução de casos de segurança, implantar programas de encriptação e assinaturas eletrônicas, fornecer computadores exclusivamente para o trabalho, com os programas de segurança instalados.
A agência europeia também alertou para risco crescente de que mensagens sobre o coronavírus tenham programas maliciosos de furto de dados (phishing).
E-mails com anexos sobre a doença ou pedindo para atualizar senhas e outros dados são especialmente arriscados, e só devem ser acessados se a origem for segura e confirmada.
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A agência recomenda não clicar em links nem abrir anexos sem confirmar antes por telefone ou pessoalmente que a requisição é válida e o procedimento é necessário.