Uma consultoria do Senai de Santa Catarina proporcionou aumento de produtividade de até 120% em indústrias do Estado. O trabalho tem sido feito desde julho, como uma versão piloto do Brasil Mais Produtivo, programa do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que espera atender 3 mil indústrias pequenas e médias em todo o país, sendo 280 em Santa Catarina. O programa foi oficialmente lançado nesta quinta-feira na Fiesc, em Florianópolis, com a presença do ministro Marcos Pereira, que também lançou o Programa Nacional de Cultura Exportadora (PNCE).
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Em todo o Estado, 92 empresas fazem parte do programa, sendo que 22 já encerraram a participação. Nesse grupo, nenhuma empresa teve resultado abaixo da meta, de aumento de 20% na produtividade. Na média, o crescimento foi de 44,4%, mas uma indústria da de suinocultura registrou expansão de 120% na produtividade.
Na AHT Cooling Systems, fabricante austríaca de freezers instalada em Navegantes, a produtividade aumentou 21% e a redução de custos foi de R$105 mil por mês. Já na Kimak, de Brusque, que produz equipamentos para a indústria têxtil, o aumento na produtividade foi de 48%.
— Já vínhamos buscando isso (o aumento de produtividade) e o projeto do Senai chamou nossa atenção. Conseguirmos reduzir em 56% o tempo que era desperdiçado no ajuste de ferramentas e em 46% o tempo utilizado para deslocamento dos operários. Já sentimos as melhorias ao longo do processo de três meses — diz Josimar Cardozo Ferreira, gerente de produção da empresa.
Há ainda 262 empresas inscritas no Estado, que aguardam a seleção. Para fazer parte do programa é preciso atender alguns requisitos, como ter entre 11 e 200 funcionários e atuar em algum dos quatro setores industriais contemplados: Metalmecânico, moveleiro e madeira, vestuário e calçados, alimentos e bebidas
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O empresário desembolsa R$ 3 mil para fazer parte do programa, mas o custo total é de R$18 mil por empresa. Os outros R$ 15 mil são subsidiados pelo Senai e pelo MDIC em parceria com Apex e da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). No total, o orçamento para o Brasil Mais Produtivo é de R$50 milhões. Segundo o ministro, há a intenção de ampliar o programa ainda neste ano.
Para o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, o programa ataca um dos maiores problemas da indústria nacional.
— Estudos mostram que nos últimos anos nossa produtividade tem reduzido ou crescido abaixo da média global — disse.
O Brasil mais Produtivo já exisitia desde 2014 e era liderado pela CNI, mas em abril foi remodelado e relançado sob a batuta do MDIC.
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Técnicos de SC capacitaram profissionais de todo o país
O processo foi desenvolvido no Senai de Santa Catarina, na unidade de Itajaí, com base no conceito de manufatura enxuta, já utilizado em outros países. O trabalho feito no Senai catarinense passou a ser replicado para o resto do país dentro do Brasil Mais Produtivo. Os profissionais do Senai catarinense também fizeram a capacitação dos mais de 500 técnicos de outros Estados.
A ideia, segundo Geferson dos Santos, diretor do Senai da Região da Foz do Rio Itajaí, é que o processo seja o mais simples possível e que tenha custo baixo ou zero. São ideias simples, mas de alto impacto, como mudar o local em que ficam as ferramentas utilizadas pelos operários,
— Há uma série de técnicas que são aplicadas para ver com diminuir deslocamentos dentro da empresa, balancear operações, etc — explica Santos.
O objetivo é atacar os sete tipos mais comuns de desperdício: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário e defeitos. No começo do processo, os técnicos do Senai visitam o chão de fábrica e identificam os setores com problemas. Depois disso, traçam o plano de ação.
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