Aos poucos, a sensação de que o mundo dos negócios é composto apenas por notícias negativas dá lugar a uma chama de otimismo prudente. O momento é de transição na percepção sobre o futuro. Se ainda persistem sintomas e fatos cotidianos pouco promissores no curto prazo, em Joinville, as empresas já pensam em investir de olho na possível virada de chave.

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É o que mostra levantamento feito pela Associação Empresarial de Joinville (Acij) com seus associados a partir de questionário com seis perguntas relacionadas ao que pretendem fazer, já que a indefinição político-institucional mais grave parece estar contornada. Passado o susto e com o quadro brasileiro mais nítido, várias companhias sinalizam a intenção de voltar a cuidar do futuro, depois de terem paralisado projetos ao longo dos últimos dois anos.

Planos de expansão estão no horizonte de 86% dos pesquisados pela entidade empresarial, e praticamente sete de cada dez empresários ouvidos na amostra indicam interesse em contratar trabalhadores. Metade dos respondentes revela que, ou vai aumentar a produção ou construir nova unidade. Aplicar em marketing também está no radar da maioria; capacitação profissional de seus funcionários integra prioridades para quase um terço dos entrevistados.

Uma fatia volta-se ao sensível fator de competitividade, a pesquisa e desenvolvimento, que é preocupação de um em cada seis empresários. Isso se explica porque a esmagadora maioria daqueles que preencheram o questionário é de pequenas e médias empresas.

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Quando olham para o cenário nacional, estes mesmos executivos joinvilenses se dividem em relação à importância das reformas estruturais. Parte afirma que a reforma tributária é a mais urgente, mas outros entendem que há necessidade de se criar outros padrões com urgências para reformas política e previdenciária e reforma trabalhista, somadas ao ideário de uma política de incentivo ao empreendedorismo compõem a essência do raciocínio.

Nenhuma surpresa. São essas as demandas claras e de longa data da iniciativa privada. Neste ponto, alguns comentários dão o tom do pensamento um tanto consensual. Confira abaixo:

Resultados da pesquisa

Sua empresa vai reativar planos de expansão?

Sim – 86%

Não – 14%

Os investimentos planejados se direcionam para:

Marketing e divulgação – 55%

Aumento de produção – 36%

Capacitação profissional – 31%

Pesquisa e desenvolvimento – 17%

Construção de nova unidade – 14%

Leia mais notícias do colnista Claudio Loetz

Atenção ao digital

A consulta à internet já faz parte da lógica de quem tem interesse em comprar carro nas concessionárias. O cliente potencial está digital. Noventa e quatro por cento dos interessados fazem análises prévias online. As informações são do diretor da Search Optics para a América Latina, Eduardo Cortez, que fez palestra sobre o perfil do consumidor durante o Congresso da Fenabrave.

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O profissional explica que o cliente em potencial decide mais rapidamente do que há cinco anos. Atualmente, demora 2,7 meses desde o início do processo de identificação da necessidade até a hora de compra. Na prática, a internet encurtou o período, e o número de lojas visitadas também diminuiu. Cortez detalha como deve ser o comportamento do vendedor.

– A concessionária tem de se preocupar, entre outras coisas, a dar atenção ao site como peça central de convencimento e gerar conteúdo relevante ao cliente.

Oportunidades de negócios

Presidente do Conselho Municipal de Inovação e Tecnologia de Joinville, Pompeo Scola, anunciou ontem na Acij que deverá ser criado um fundo de investimentos denominado Acelera, Joinville. O instrumento reunirá 12 interessados, entre empresas e pessoas físicas, que vão se juntar à iniciativa. O edital deverá ser montado até o fim do ano e as operações poderão começar no primeiro trimestre de 2017.

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A finalidade é atender às demandas de startups destinadas a diversos segmentos e oportunidades de negócios. Os recursos necessários para viabilizar o projeto somam aproximadamente R$ 5 milhões. Haverá cotas de R$ 50 mil a R$ 200 mil para os investidores. O mercado digital no Brasil é superior a R$ 100 bilhões de faturamento ao ano e já existem 100 milhões de usuários que fazem negócio pela internet.

Energia

O presidente da Celesc, Cleverson Siewert, vai falar sobre potencial energético e ampliações da rede, na reunião da Associação Comercial Agrícola e Industrial de Araquari, nesta quarta-feira.

Subestação

A Celesc faz, ainda neste ano, licitação para construir subestação de energia elétrica em Araquari, em frente à fábrica da BMW. A expectativa do diretor comercial da Celesc, Eduardo Cesconetto, é de iniciar as obras até junho de 2017. A projeção é concluir a obra no começo de 2018.

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