A nanotecnologia é uma questão de escala. Já presente no lançamento mais recente da Ciser e em estudo pela Embraco, ambas de Joinville, consiste em manusear partículas muito pequenas, chegando às moléculas e aos átomos. A aplicação de nanopartículas em processos industriais muda as características dos produtos, proporcionando efeitos como antibacteriano, antichamas, anticorrosão, maior resistência e maleabilidade.

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– É uma revolução invisível, e a indústria que não pensar nesta inovação vai morrer – prevê o coordenador do laboratório interdisciplinar do desenvolvimento de nanoestrutura (Linden), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Cesar Vitorio Franco, Ph.D. pela Universidade de Rochester (EUA) e um dos especialistas no tema no Brasil.

Segundo especialistas, o grande diferencial desses materiais é potencializar propriedades físicas e químicas em concentrações extremamente reduzidas. Mas como partículas tão pequenas, invisíveis a olho nu, podem cobrir grandes extensões de superfícies com concentração reduzida? E por que isso é bom para a natureza e para os negócios?

Imagine um pacote de farinha fechado e, em seguida, o mesmo pacote rasgado e todo o conteúdo espalhado. A farinha representa as partículas em escala nanométrica, como moléculas e átomos, agora expostas ao ambiente. O pacote fechado era o que se manipulava até então e ocupava uma pequena área da mesa, mas o conteúdo espalhado cobre uma extensão muito maior. É o que os especialistas chamam de área superficial elevada.

O reflexo do efeito está na competitividade. No caso da Ciser, o novo revestimento em nanocerâmica requer pequena quantidade de insumo para cobrir grandes superfícies.

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A redução do consumo de matéria-prima é um dos principais benefícios também para o meio ambiente. No exemplo da farinha, ela pode penetrar nas fendas da mesa e se dispersar com maior facilidade do que dentro do pacote. Transpondo para a nanotecnologia, consegue uma grande aderência e é capaz de, por exemplo, impermeabilizar superfícies.