Poderia ser um desfile comum, de modelos magérrimas e corpos retos. Mas elas estão longe do padrão de beleza mais difundido pela moda. E ainda assim são radiantes. Lindas, sensuais e seguras do poder que suas curvas têm. Enquanto as modelos plus size desfilam pela passarela, empresas que até pouco tempo lutavam para conseguir expor suas criações no mercado comemoram o crescimento do segmento e garantem que ainda há muito espaço para crescer.
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Quando para para pensar, a empresária Cinara Fernandes parece não acreditar no fato de ter começado seu negócio, a Elegance, com apenas R$ 800, na garagem de casa. De 1999 para cá, a confecção se modernizou, cresceu e hoje 66 funcionários estão envolvidos diretamente no processo de produção das roupas, que atendem a mulheres do tamanho 44 ao 54 de pelo menos sete Estados brasileiros. A confecção trabalha em ritmo acelerado para liberar para as lojas as primeiras peças da coleção outono-inverno da marca, que tem como carro chefe roupas com uma inspiração folk.
Apesar do crescimento de mais de 60% no volume de vendas no ano passado e da expectativa de vender 47% a mais nesta coleção, Cinara acredita que há muito terreno ainda para conquistar no segmento plus size. E o primeiro adversário é o preconceito.
– Sentimos que ainda há uma resistência grande da sociedade, do lojista que não quer expor a roupa na vitrine, que acha que peças que fogem do básico não vão vender, e da própria pessoa que tem vergonha em procurar por roupas deste segmento -, afirma a empresária.
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Tanto é que, para estar no mercado, a empresa usa uma série de estratégias que vão desde orientar os lojistas para exporem melhor os produtos, a fazer sorteios de manequins grandes e até desfiles exclusivos para os principais clientes.
Para chegar à criação das roupas, Cinara e sua filha, a estilista Gabriela Nunes, procuram estar cercadas de informação de moda, de tendências, cores, estampas e tecidos. E vão além, montando duas vezes por ano grupos focais com consumidoras que possuem entre 16 e 60 anos para discutir o que elas desejam ao comprar uma roupa.
– Nenhuma peça é feita sem observar cinco pontos que detectamos com os grupos focais -, explica Gabriela.
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Pelos requisitos, entenda-se que elas querem uma roupa que seja sensual, que valorize seus pontos fortes e disfarce partes que elas não gostam, que seja confortável, que possam usar em eventos mais informais e também em um eventos sociais.
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