O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) divulgou nota nesta terça-feira informando que firmou, no Rio de Janeiro, uma convenção coletiva com o Simarj (Sindicato do Município do Rio de Janeiro) e o Sindamazon (Sindicato dos Aeroviários da Amazonia), ambos vinculados à Força Sindical e à FNTTA (Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo). O acordo tem vigência retroativa a 1º de dezembro, data base do setor.
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As empresas concederam reajuste salarial de 6,17% nas cláusulas econômicas, exceto piso salarial, vale refeição e cesta básica, que serão corrigidos em 10%. Além disso, foi criado piso para operador de equipamentos, no valor de R$ 1 mil. As empresas passam também a reconhecer os parceiros do mesmo sexo, o que permite, por exemplo, a inclusão em planos de saúde.
Dessa forma, o negociador do SNEA, Odilon Junqueira, acredita que prevalecerá o bom senso e que a greve programada para a próxima quinta-feira, dia 22, não irá se concretizar.
– Foi um acordo muito importante dentro das atuais circunstâncias. Apesar do clima de incertezas que rondam a economia no próximo ano, as empresas repuseram integralmente o INPC. Tendo em vista o clima de calma, harmonia e diálogo dentro das empresas, não parece razoável que se faça greve por causa de 0,77%, que é a diferença entre o índice solicitado e o concedido – afirmou Odilon.
Conforme o comunicado, o Snea diz que “a paralisação irá provocar transtornos aos passageiros e a seus familiares, exatamente no período em que aumenta o tráfego aéreo e o movimento nos aeroportos. Qualquer atitude que possa prejudicar as operações será e fruto de intransigência dos sindicatos profissionais”.
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Segundo o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo (Fntta), Uébio José da Silva, os acordos fechados hoje desestimulam a categoria de cruzar os braços por uma diferença mínima entre o percentual reivindicado pelos trabalhadores e o percentual oferecido pelas empresas aéreas.
Inicialmente, as duas centrais trabalhistas exigiam 13%. Já na reunião de ontem, mediada pelo TST, as entidades ligadas à CUT pediam 7%, enquanto os da Força Sindical queriam 9%. Silva diz que, juntas, as duas entidades que fecharam acordos hoje representam cerca de 25 mil trabalhadores.
– São acordos razoáveis, mas melhores do que poderiam ser conquistados no Tribunal Superior do Trabalho, já que o tribunal limita o reajuste às perdas inflacionárias do período. Eu não acredito em greve – disse o sindicalista.