Correr, pedalar e nadar pelo menos 20 horas por semana. Parece rotina de criança, mas é a carga de exercícios que um grupo de joinvilenses consegue conciliar com as atividades de suas profissões.
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Apaixonados por esportes desde pequenos, o fisioterapeuta e empresário Samuel de Jesus Loureiro, 31 anos; o engenheiro Paulo Roberto Mendes de Oliveira, 37; o empreendedor Cristiano Berezoski Schattschneider, 38; e o procurador federal Robson Carneiro, 39, descobriram na vida adulta o triatlo – que une as três modalidades – e as lições que podem tirar do esporte para a carreira.
Os atletas amadores têm a mesma faixa etária, estão com as vidas profissional e pessoal estabilizadas, são independentes financeiramente e amam desafios.
– Este é o perfil dos praticantes de triatlo. Costumam ser empresários, comerciantes, profissionais liberais. Pessoas com a agenda mais flexível e que gostam de superar limites -, explica o treinador do grupo e triatleta Ivan Razeira.
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– É um esporte que desenvolve conduta. Treinamentos e provas nos fazem superar limites físicos e psicológicos. Trabalhar com pessoas, por exemplo, mexe muito com o emocional, impõe barreiras. E o esporte contribui para isto -, afirma Samuel.
Cristiano acrescenta que o ânimo para trabalhar aumenta após o treino e que o esporte estimula a superação pessoal.
– Gosto tanto, que estou me formando em educação física e penso na possibilidade de deixar meu negócio atual e trabalhar apenas com esportes -, acrescenta o empreendedor.
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– A maior divulgação do triatlo por meio de competições no Estado e transmissões na TV fez aumentar o número de interessados. Percebemos uma crescente nos últimos dois anos -, conta Paulo, que é presidente da Associação de Triatletas de Joinville (Atrijoi).
A empresa de Ivan, a Cia. da Corrida, que presta assessoria esportiva, é um exemplo deste aumento. Há seis anos, quando começou a treinar interessados em triatlo, ele tinha dois alunos. Hoje, são mais de 20.
– É um esporte com muita cobrança pessoal. Uma forma de se superar, liberar tensão e trabalhar mais concentrado. Cria agilidade e disciplina -, resume Robson.
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Um passo de cada vez
Desafio. Se você ficou interessado em começar a praticar triatlo, esta palavra precisa fazer seus olhos brilharem. Se sim, o próximo passo é buscar orientação profissional.
O treinador Ivan Razeira lembra que não é necessário praticar todos os esportes em sequência para se tornar um triatleta.
– Isto só ocorre em competições. Para começar, a pessoa pode optar por uma ou duas modalidades, até se desenvolver -, aconselha.
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O professor recomenda começar pela natação e pela corrida, esportes que exigem menos investimentos. Quando a rotina de treinos já estiver bem assimilada, é a vez de comprar uma bicicleta, equipamento mais caro e que, dependendo do modelo, pode chegar ao preço de um carro.
Os atletas não revelam o gasto mensal, mas pela lista de itens, que inclui desde roupas, acessórios, mensalidade da academia e manutenção da bicicleta, dá para perceber que o esporte exige investimento.
– É necessário fazer um planejamento de treinos que dê resultado, mas não prejudique os demais compromissos -, explica Ivan.
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O primeiro benefício para quem começa a praticar o triatlo, segundo ele, é poder extravasar a tensão acumulada.
O treinador garante que, no começo, a carga de exercícios pode parecer exagerada, mas quando o atleta cria capacidade física, percebe que passa a ter mais energia e uma vida mais saudável.
– O triatlo faz você se conhecer, ter mais autocrítica e passar o aprendizado do esporte para a profissão -.
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Relação com a família
Não bastasse a agenda cheia de compromissos profissionais, quem quer praticar um esporte que exige um grau tão alto de desempenho tem também horários bem regrados. Por isso, os triatletas, mesmo amadores, precisam de muito apoio da família.
– Sem a parceria deles, não tem como fazer. É uma rotina muito agitada. Quando não se tem esse apoio, torna-se algo frustrante -, afirma o engenheiro Paulo Roberto Mendes de Oliveira, que é casado e tem uma filha.
– Quando tem competição, levo a família e vira uma diversão. É uma forma de conhecer lugares novos e sair do rotina -, acrescenta.
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Ele e os colegas de treino contam que têm conhecidos que precisaram escolher entre a namorada e o esporte. Alguns desistiram do triatlo, mas outros acabaram optando pelo esporte. Mas destacam que o triatlo também abre espaço para as mulheres participarem.
Pique para competições
Mesmo sendo amadores, os atletas se orgulham de terem conquistado prêmios e índices para provas internacionais.
– Já participamos de competições em outros países juntos. Fomos aos EUA, tivemos que dividir quarto, ter uma rotina juntos -, conta Robson Carneiro, que compete na categoria meio-ironman.
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– É uma forma de desenvolver trabalho em equipe e fazer mais amizades -, complementa Samuel Loureiro, que quer ingressar na categoria do colega.
Durante as provas, eles conseguem mensurar se a rotina de treinos está trazendo resultados.
– Às vezes, sofro nas provas. Chego a pensar “o que estou fazendo aqui?”. Mas quando termina, o sentimento de realização é satisfatório -, conta Cristiano Schattschneider.
– Durante a competição, penso em qual será a próxima prova. Se pensar no trabalho, vou mais devagar -, brinca Robson.
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