Dois empresários foram condenados à prisão pela Justiça em Santa Catarina por adulterar leite azedo com água para tentar falsear o estado impróprio do produto e comercializá-lo ainda assim. A dupla é proprietária de um laticínio em funcionamento no município de Princesa, no Extremo-Oeste, e havia sido alvo da Operação Leite Adulterado III, do Gaeco, do fim de 2014.
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A sentença foi proferida pela Vara Única da comarca de São José do Cedro. Cabe recurso da decisão.
Na ocasião das investigações, foram encontradas sete amostras de leite com adulteração, a primeira de 2012 e as demais de 2014. Parte do leite estava quase fermentando no tanque e outras amostras tinham coalho, segundo o Ministério Público estadual (MPSC) relatou na denúncia à Justiça, devido ao produto ter passado mais de 48 horas acondicionado em caminhão resfriador.
O azedume do leite ainda era alarmado pelo índice de acidez do produto, em 0,36, quando a margem aceita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai de 0,14 e 0,18.
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Já o nível de lactose de parte das amostras, que é o açúcar natural do leite, foi identificado em 3,3, quando o mínimo permitido é 4, outro indicativo de que o produto estava azedo e fermentando.
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Foi encontrada ainda amostra com densidade abaixo do estabelecido pela legislação e adulterada a ponto de o equipamento que mensura a quantidade de água no leite sequer conseguir realizar a análise.
Ainda conforme relatado pelo MPSC, também foram achadas frações de antibiótico no produto recolhido, o que indica que foi utilizado o leite retirado de vacas que ainda eram tratadas de doenças infecciosas pelos produtores, o que é proibido pela legislação.
Mesmo após realizar a análise do leite, o laticínio dos empresários agora condenados enviou o produto para uma indústria no Rio Grande do Sul.
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Um dos empresários foi condenado a seis anos, 11 meses e 10 dias de detenção, enquanto o outro recebeu a sentença de seis anos e oito meses de detenção. Ambos foram sentenciados a cumprir a condenação em regime inicial semiaberto.
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