A taxa de desemprego está baixa e o consumo está em alta. Então, o que faz com que o crescimento do Brasil seja pequeno e torne as nossas indústrias menos competitivas em relação às de outros países?
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Para o empresário Carlos Rodolfo Schneider e o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), Carlos Pastoriza, é o chamado custo Brasil (formado por itens como carga tributária pesada, juros altos e má infraestrutura) e não tem solução a curto prazo.
O assunto foi debatido segunda à noite no painel “Competitividade empresarial: problemas e soluções”, que ocorreu na Associação Empresarial de Joinville (Acij).
Schneider, criador do Movimento Brasil Eficiente, e Pastoriza fizeram apresentações e discutiram o tema mediados pelo vice-presidente da entidade empresarial, Ernesto Heinzelmann.
– O Brasil saiu da crise de 2008 achando que descobriu uma fórmula para o crescimento com base no consumo. Aumentou as transferências de renda, a disponibilidade de crédito e desonerou alguns setores. Isso gerou custos e dificulta a redução da carga tributária. Esse modelo não se sustenta -, afirma Schneider.
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Para ele, só o investimento sustenta o crescimento, o que só pode ocorrer a médio e longo prazos.
– A participação do consumo do governo no produto interno bruto (PIB) hoje é de 21%. Teria que cair para 15% para o investimento subir de 19% para 25% -, diz.
– A Abimaq fez um estudo para quantificar quanto o custo Brasil afeta a nossa competitividade. Se pegarmos uma empresa alemã e a trouxermos para cá, sem considerar o câmbio, o produto ficaria 43% mais caro -, diz Pastoriza.
Além do custo Brasil, o diretor da Abimaq cita a defasagem do dólar como ponto que dificulta a competitividade dos brasileiros no mercado internacional.
– Queremos condições de igualdade com os concorrentes externos.