O Centro de Convenções de Hamburgo recebeu ontem o último dia de fóruns e palestras da 32a edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA).

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As discussões se concentraram nos fatores que podem impulsionar o crescimento com sustentabilidade dos dois países: o investimento em energias renováveis e na infraestrutura de transporte de cargas. Os dois países estão preocupados com a questão das fontes renováveis.

No lado brasileiro, foi discutida a dependência da energia hidrelétrica. Hoje, 90% da eletricidade distribuída vem dessa fonte renovável, o que preocupa por gerar impactos e depender da abundância dos recursos hídricos. Assim, em períodos de seca, como a que acontece em São Paulo, o País corre o risco de ficar sem energia.

A apresentação foi feita pelo consultor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Otavio Mielnik, que demonstrou preocupação também com o uso dos derivados de petróleo para produção de energia. Segundo Mielnik, as fontes renováveis são alternativas a serem estudadas. Entre as metas brasileiras está o aumento de dez vezes na produção de energia eólica até 2022.

Apesar de estar mais avançada na instalação de centros de produção de energia renovável, a Alemanha tem uma meta mais ambiciosa. Após o desastre nuclear de Fukushima, em 2011, no Japão, a chanceler alemã Angela Merkel decidiu que a partir de 2022 a Alemanha não vai mais usar energia nuclear – que representava quase a metade da produção de eletricidade do País.

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Por isso, os alemães ampliam os investimentos em energias renováveis, especialmente a solar e a eólica. Mas ainda é preciso encontrar meios para essas fontes serem mais baratas e eficientes, já que a geografia da Alemanha não permite ampliar as usinas hidrelétricas.

O diretor-geral de Energia e Água de Hamburgo, Michael Beckereit, mencionou, durante a sua palestra, que a Alemanha se espelha no Brasil com o uso do biogás, por exemplo.

Logística volta às discussões

No último dia do encontro, o tema logística, com foco nos portos, voltou ao debate. Brasil e Alemanha entendem que é preciso investir em agilidade nos transporte dos produtos para que as empresas sejam competitivas.

O gerente-executivo de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wagner Cardoso, apresentou à delegação alemã a nova lei dos portos brasileira, sancionada no ano passado para facilitar a implantação de terminais portuários privados.

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Apesar de acreditar que a lei vá propiciar avanços para o País, Cardoso acredita que o Brasil ainda tem muito a aprender com a Alemanha, especialmente no Porto de Santos e nos terminais da Bahia.