A realização da apresentação do estudo sobre a viabilidade da Ferrovia Norte-Sul no trecho entre Panorama-SP/Chapecó-SC/Rio Grande-RS, também chamada de Ferrovia do Milho, animou lideranças do agronegócio no Oeste Catarinense.

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– Eu tive menos esperança mas agora já começam a falar na ferrovia fora do período de eleição – avaliou o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), Marcos Zordan.

Estudo comprova viabilidade de ferrovia que ligará Oeste catarinense à região Centro-Oeste do país

Ele defende que o governo conceda a obra para a iniciativa privada, para que ela ande mais rápido. Já o presidente da Aurora, Mário Lanznaster, defende até que o governo entre com incentivos pela importância da obra no desenvolvimento do interior do país e, principalmente, no Oeste Catarinense.

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– É uma questão de sobrevivência para manter os investimentos em Santa Catarina – argumentou Lanznaster.

Veja quais são os trechos

Isso porque Santa Catarina é dependente do milho do Centro- Oeste, de onde traz entre dois milhões e 2,5 milhões de toneladas, pois o estado produziu apenas 3,1 milhões nas últimas duas safras. Para isso são necessárias 66 mil carretas. Somados os 1 milhão de toneladas de farelo de soja, o número de caminhões sobre para cerca de 100 mil.

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O milho que custa R$ 13 a saca de 60 quilos no Mato Grosso chega em Chapecó a R$ 27, o dobro do preço. O frete custa até mais do que o produto. Por isso, assim como já haviam feitos a Perdigão e a Sadia, agora BRF, a Aurora também está investindo no Centro Oeste e, recentemente, adquiriu uma unidade no Paraná.

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Somente em São Gabriel do Oeste-MS a cooperativa investiu R$ 120 milhões numa presuntaria inaugurada recentemente e, nos últimos dez anos, os abates passaram de mil para três mil suínos dia.

– Temos que ir para onde está o milho – afirmou Lanznaster.

A falta de milho é um limitante para a produção de suínos e aves catarinenses, que nos últimos anos perdeu a liderança nacional na produção de frangos para o Paraná.

Lanznaster e Zordan estimam que a ferrovia pode reduzir em 30% o custo do frete do milho. Com isso aumentaria a competitividade das agroindústrias.

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Ambos também consideram que a Ferrovia do Milho é mais importante do que a Ferrovia do Frango, que está na fase de estudos e vai cortar Santa Catarina de Leste a Oeste.

Se as duas vierem, melhor. Mas a prioridade ainda é a do milho. Mas, para que os portos catarinenses não percam cargas de carnes, será necessário fazer a Ferrovia do Frango ou pelo menos duplicar as rodovias do Oeste até os portos, para manter atrativa a competitividade da infraestrutura do litoral catarinense.

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