Os empresários do setor turístico catarinense se reuniram na manhã desta segunda-feira em Florianópolis para discutir os números desanimadores da temporada de verão. Pesquisa divulgada pela Fecomércio-SC aponta uma queda no faturamento de 14% com relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado foi na contramão das expectativas divulgadas no fim do ano passado, que indicavam uma perspectiva de movimentação recorde.

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Participaram do evento o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, e os secretários de Estado do Turismo, Leonel Pavan, e de Florianópolis, Vinicius de Luca Filho.

Para Pavan, o aprofundamento da crise financeira e a valorização do real frente ao dólar foram os principais fatores para a queda. O secretário citou também uma falta de unidade entre outros setores empresariais e o trade turístico para o desempenho aquém do esperado. Em relação ao número de voos charter, por exemplo, a expectativa era de 666, mas apenas 401 chegaram ao Estado.

— Estamos fazendo uma série de investimentos para tentar reverter essa situação para a temporada que vem — afirmou Pavan.

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O catarinense Vinicius Lummertz também criticou a falta de novidades oferecidas ao turista que visita o Litoral do Estado. Segundo ele, “ainda estamos vivendo na década de 1980”, e outros destinos passaram à frente de Santa Catarina.

— Há apenas um hotel em construção em Florianópolis. Na região de Maceió, são 32. Estamos ficando para trás. O turismo não é mais sol e praia — disse.

O presidente da Embratur ainda ponderou que os números negativos podem ser uma oportunidade para reflexão de diversos setores da sociedade sobre a importância do turismo na geração de renda e qualidade de vida:

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— Precisa haver uma priorização política do turismo. Outro ponto que dificulta muito é a grande insegurança jurídica, do que se chama o “efeito beach club”.

Outro ponto muito criticado por Lummertz é o plano diretor de Florianópolis, que foi judicializado e ainda não entrou em vigor. Segundo ele, a cidade tem perdido muito com o esquecimento das vocações turísticas.

— Somos uma cidade sem marinas. Temos reserva de Mata Atlântica e não conseguimos construir um parque urbano que seja aberto ao turismo. Mais de 100 cruzeiros passam pelo nosso litoral e não param.

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Para o presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt, a insegurança jurídica, ocasionada na maioria das vezes por ações do MP, atrapalha demais e inibe a ação empresarial.

— A impressão é que aqui nada pode. Enquanto isso, cresce cada vez mais a impressão de que Florianópolis está empobrecendo.

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