Líderes políticos e empresariais de Santa Catarina decidiram, em reunião nesta quinta-feira, tentar marcar uma audiência com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para solucionar o impasse da liberação de recursos para a reconstrução de Blumenau, atingida pela enxurrada de novembro de 2008.
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– Já se passaram cinco meses e nada aconteceu. O presidente veio aqui duas vezes e nada resolveu. Ele falou que não faltaria dinheiro para Blumenau e não está honrando – desabafou o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Alcantaro Corrêa.
O documento solicitando a audiência com o presidente será encaminhado semana que vem ao Palácio do Planalto. Por meio do documento, líderes empresariais de Blumenau querem reapresentar todo o drama que a cidade e o Vale passaram e as dificuldades que ainda estão enfrentando. Corrêa não vê outra alternativa.
– Se isso não ajudar, quem poderá ajudar? Se ele é o mandatário do país e não consegue comandar ministérios, estamos perante uma gestão que manda quem quiser, como quiser e quando quiser – falou.
O mesmo tom foi usado pelo presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis (Sintex), Ulrich Kuhn. Ele chegou a ser mais incisivo, respondendo às declarações de que o impasse não deveria ter chegado onde chegou:
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– Isso já se transformou em fato político. Ninguém vai me convencer que não há pressão política contrária para que as coisas não aconteçam aqui. Nós usamos todos os caminhos possíveis e imagináveis. E o que aconteceu? Nada. Zero. Será que vai faltar tempo também para chegar dinheiro no estado do Maranhão? – questionou, falando das chuvas que hoje assolam o estado nordestino.
Por sugestão do prefeito João Paulo Kleinübing (DEM), a comissão que irá à Brasília – caso a audiência seja marcada – deverá ser formada por representantes de associações de moradores, dos abrigos e lideranças empresariais.
– Esta não será uma ação partidária, e sim uma ação da cidade. Seremos uma voz única em prol de Blumenau – disse o prefeito, reiterando que a audiência depende da agenda do presidente Lula.