Alguns dos maiores líderes empresariais de Santa Catarina estiveram reunidos na tarde desta quinta-feira no 11º Fórum das Personalidades de Vendas da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing de Santa Catarina (ADVB/SC).

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Confira, à seguir, o que os empresários Acari Luiz Menestrina, da Gran Mestri; Antônio Koerich, da Lojas Koerich; Hans Dieter Didjurgeit, da União Saúde; e Jaimes Almeida Junior, da Almeida Junior Shopping Centers, pensam sobre três temas fundamentais de 2013: inflação, PIB baixo e investimentos.

Acari Luiz Menestrina, da Gran Mestri (Personalidade de Vendas em 2008)

Inflação: “O que temos de oficial não está espelhando muito a realidade. Porque sem dúvida, no nosso setor, na produção de leite, estamos numa entressafra, falando do setor lácteo. Tivemos queda de 30% na produção em nível nacional, apesar de termos a bacia leiteira que mais cresce. Sem dúvida o setor lácteo, no qual o Brasil era autosuficiente, agora está importando produto. Então, na verdade, existe mais oferta que procura. A queda de produção obrigou a vinda de produto importado e sem dúvida nenhuma o consumo está acelerado. Vejo pelos índices que estão aí que (a inflação) não está tão preocupante. Acho que existem alguns produtos, em função de entressafra (que estão mais caros), mas vejo que não é preocupante”.

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PIB: “Eu, que estou ligado ao agronegócio, que contribuiu quase 10% para a melhoria do PIB, acho que o agronegócio está num excelente momento. Agricultura nunca foi valorizada como deveria. No momento, a prioridade eram outros setores. Não há duvida nenhuma que o agronegócio, seja produção de grãos, de leite, chegou no momento onde o governo tem que valorizar porque não há dúvida nenhuma. Nós somos o grande celeiro da produção de comida. Europa produz em condições extremas. Aqui temos extensões territoriais, pessoas, clima. A gente, sem dúvida, está muito privilegiado. Mas claro, acontece que vínhamos num oba-oba muito grande, aproveitando a crise nos EUA, o momento complicado na Europa. Agora, vejo que sem dúvida nenhuma tem que dar uma segurada para haver um ponto de equilíbrio. O crescimento estava muito desordenado”.

Investimentos: “Sem dúvida a gente está com muitos gargalos. A ferrovia, por exemplo. Para o agronegócio de SC, a ferrovia é vital. Somos importadores de matérias primas, como milho e soja, de outras regiões, e não temos como competir.Acho de fundamental importância a questão das ferrovias e acentuar as hidrovias. A questão dos portos já foi dado o pontapé inicial e, sem dúvida, tem as rodovias. É difícil acompanhar esse crescimento todo. Na questão das estradas, estamos com carretas que trafegam com cargas que extrapolam a capacidade das estradas. Precisamos preservar. Porque além de não ter, estamos superutilizando as que existem e de maneira errada. Isso cria problemas sérios”.

Antônio Koerich, da Lojas Koerich (Personalidade de Vendas em 2007)

Inflação: “A inflação é uma grande preocupação, mas este não é o momento mais preocupante. Ainda tem salvação. Temos que falar em produção e outros valores positivos. O governo precisa investir e não gastar, pois isto é o que gera a inflação. Investir em produção gera consumo e não inflação”.

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PIB: “Não vejo razão para o PIB estar tão baixo. Talvez isto ocorra devido a alguns entraves, principalmente nos quesitos transoporte e armazenamento das safras. Outro entrave é a falta de locomoção. Parece que o governo está tendo um pouco mais de cautela. É preciso aplicar em investimento”.

Investimentos: “O produtor colhe, mas não tem armazenamento. Onde estão os nossos portos, onde estão nossas estradas, onde estão nossas ferrovias? Isso falando somente do nosso Estado”.

Hans Dieter Didjurgeit, da União Saúde (Personalidade de Vendas em 2004):

Inflação: “A inflação está num momento bastante importante e preocupante também. O governo reagiu tarde, mas reagiu, e isso é o mais importante. Mas não é só isso, o controle da inflação é que importa. Exige mais ações para que o Brasil controle sua inflação. Organizar um pouco mais o país, deixar as regras mais claras, a insegurança também faz a inflação crescer. Acredito que o governo está achando o caminho, procurando, até pela queda da demanda, deve ser reduzida”.

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PIB: “Depende de reformas estruturais e de investimentos. O PIB continuará baixo por um bom tempo, mas em dois a três anos teremos um crescimento. Essa é a esperança, o Brasil estará mais ajustado. Mas vai continuar baixo, em torno de 1,5%”.

Investimentos: “SC é um Estado privilegiado mas que precisa de infraestrutura para se desenvolver. Nos demais índices estamos bem. É um Estado empreendedor, organizado. Mas o Brasil está carente na questão de credibilidade. Nós temos que mostrar o que faremos nos próximos cinco anos. Para que o investidor tenha mais segurança e volte a investir e continue fazendo isso no Brasil. A queda na Bolsa é um sinal claro de que o Brasil não é mais o queridinho dos investidores internacionais. Temos que resgatar isso novamente com ações de credibilidade”.

Jaimes Almeida Junior, da Almeida Junior Shopping Centers (Personalidade de Vendas em 2012)

Inflação: “O governo já demonstra sua preocupação ao mostrar que irá viabilizar todos os mecanismos possíveis para driblar a inflação. O aumento dos juros é a primeira e nítida medida já adotada. Acredito que em seis meses já começaremos a ver o declínio desta inflação”.

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PIB: “Sair de 0,9% e chegar em 3,5% é algo em que nunca acreditei. Os pilares construídos em 2012 não sustentam esta meta”.

Investimentos: “Temos graves problemas de infraestrutura. A infraestrutura portuária e rodoviária são uma vergonha. São nosso principal gargalo”.