De tempos em tempos, é bom ouvir os nossos políticos. As oportunidades, em público, são poucas. Por isso mesmo, importantes. Nesta segunda-feira, teremos a chance de saber o que pensam e o que pretendem fazer no próximo ano – aliás, ano de eleições para o Executivo e – municipal.

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A Associação Empresarial de Joinville (Acij) vai cobrar deles, na reunião aberta do conselho deliberativo, ação na defesa dos legítimos interesses da sociedade local. É claro que, como o ambiente das conversas é empresarial, o encaminhamento das demandas tem foco naquelas questões que mais angustiam os nossos empresários.

Nestes tempos difíceis, surge, abertamente, a reivindicação para o engajamento dos parlamentares para não haver mais nenhum aumento de tributos, em nenhuma esfera.

Saúde e infraestrutura também são prioridades entre as preocupações do empresariado e estão contemplados no texto. E lógico que infraestrutura, mobilidade local e duplicação de BR-280 estarão na agenda.

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O que se pede:

– A não aprovação de qualquer projeto que resulte em aumento de tributos, taxas ou alíquotas relativas aos mesmos.

– O apoio no pleito para que o governo do Estado assuma a folha de pessoal do Hospital São José, cuja contribuição para a saúde dos municípios da região Norte é bastante significativa.

– O apoio no pleito para melhoria da segurança pública no município, com o aumento do efetivo de policiais militares e civis, além de mais câmeras de videomonitoramento.

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– O apoio à proposta de ampliação da presença de policiais militares na cidade em vez da implantação do Batalhão de Bombeiros Militares, à medida que a cidade já é atendida pela corporação de bombeiros voluntários.

– O apoio às ações do Executivo que contribuam para que as empresas superem o momento de crise econômica.

– O apoio à proposta que defende a priorização da duplicação da BR-280 entre as obras de infraestrutura do governo federal.

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– O apoio ao pleito de retomada das obras de construção do campus Norte da UFSC.

– O apoio à proposta da Acij para abertura e duplicação da avenida Almirante Jaceguay, um novo acesso à cidade pela BR-101.

– O apoio à proposta da Acij de construção de um novo hospital de referência em Joinville, especialmente na área de oncologia.

Está claro que a maioria dos deputados vai assinar o compromisso com as causas expostas pela entidade empresarial centenária. Nenhum deles será insensato a ponto de descuidar de suas ‘bases’ e de seus apoiadores financeiros, exatamente em período pré-eleitoral e durante as campanhas.

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A permanência das regras de financiamento eleitoral – que interessa aos atuais legisladores – impõe, a todos eles, um dever indiscutível: o de mostrar serviço e legislar a favor daqueles que os ajudaram a ocupar uma cadeira na Câmara de Vereadores, na Assembleia Legislativa, na Câmara de Deputados – e por aí afora. A cobrança por reciprocidade é natural.

Dirão todos que 2016 será um ano ‘desafiador’. O que, na linguagem corporativa, é um eufemismo a indicar que os problemas vão ser enormes, que os governos têm pouco dinheiro e que os problemas tendem a aumentar. Isso todos sabem. E todos, políticos, empresários e população, estão no mesmo barco.

‘Afundar juntos’ (e aqui esta é uma expressão a demonstrar a preocupação para com o futuro de Joinville se a essência dos reclamos continuar engavetada) não será bom para ninguém. Mais uma razão para aumentar-se a pressão.

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Sim, 2016 ainda será um ano muito difícil. Do lado dos políticos, por que é evidente a dificuldade deles produzirem os resultados esperados. Desde quando se elegeram, e soltaram fogos para comemorar as vitórias. Até o momento. Não é inépcia, nem pouco caso. É falta de poder. Do lado empresarial, porque o aprofundamento da recessão causa redução de receitas e da lucratividade, inibe investimentos, gera mais desemprego. Nesta situação, pedir auxílio a quem formula leis faz todo o sentido.

A luta para a melhoria das condições de vida em Joinville é dever de todos os que têm compromissos para com a cidade. É hora de saber quais os compromissos que os deputados têm. Não basta a assinatura do documento. Será necessário que ajam no sentido de serem reconhecidos como representantes dos melhores interesses da sociedade joinvilense.