Faltando poucos dias para o início da Copa, o governo já definiu o efetivo e o montante em reais para a segurança e, pasmem, será o maior da história de um mundial.Serão cerca de 170 mil agentes entre policiais e seguranças particulares. Deste total, 57 mil serão das Forças Armadas. É o maior contingente de militares já designado para uma única operação em um evento no Brasil. O investimento para este aparato será de R$ 2 bilhões, mas o que chama a atenção é que pouco ou quase nada será designado para investigação ou perícia.

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O que se verá nas ruas serão homens treinados e equipamentos novos. O que é pouco como legado pós-Copa para um país com 53 mil homicídios/ano. Segundo a Fifa, será um efetivo 22% maior do que a da Copa na África do Sul, de 2010, quando140 mil agentes atuaram no plano nacional. Com o apoio incondicional do governo Dilma, 36 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica estarão designados para o patrulhamento e segurança das instalações. Somente para termos uma ideia, este número é maior do que os já utilizados na Copa das Confederações (25 mil) e do que os 11 mil na visita do papa Francisco, na Jornada Mundial em 2013.

A força já vem sendo treinada para atuar contra grevistas, manifestações e até para substituir alguma das polícias, como a federal, caso haja greve, já que há reinvindicações de aumento salarialais que receberão treinos de seleções. Perdemos grande oportunidade para aparelhar a investigação e perícia, além da capacitação e treinamentos de inteligência.

O evento será de aprendizado e mostrará ao mundo um pouco mais do Brasil, mas a distribuição dos recursos em áreas pouco desenvolvidas, como cuidados nas fronteiras, prevenção ao terrorismo e a entrada de drogas em nosso país, merece atenção.

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