“Há poucos dias, passei seis horas numa audiência pública sobre os beach clubs em Jurerê Internacional. E não ia me envolver nisso, até porque é o tipo de coisa que é preciso ir mais a fundo no conhecimento dos fatos para poder opinar. Trata-se de um assunto polêmico que abrange diferentes interesses.
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Apesar de achar saudável esse acontecimento, saí de lá entristecido por perceber que mesmo com algum estudo, profissionais de muitas áreas são assustadoramente ignorantes utilizando-se de argumentos encontrados em cláusulas de uma justiça falha e antiquada. Como nativo da Ilha, sou totalmente a favor de proteger, da utilização de leis que funcionem e do respeito acima de qualquer interesse. Concordo que muitos excessos existem e precisam ser reavaliados, controlados e que o não cumprimento dos mesmos resulte nas devidas punições.
Horários e ordem pública precisam ser respeitados a fim de evitar barulho, sujeira e falta de segurança. Entretanto desculpem-me os que irão discordar, mas a proposta do MP é de passar os beach clubs para uma área de posse da Habitasul ainda não explorada e no máximo abrir licitação para que nesses lugares ocupados hoje por tais estabelecimentos funcionem quiosques de praia. Citam ainda que nos maiores balneários do mundo é assim que funciona.
Morei fora do Brasil e garanto que uma espreguiçadeira, uma toalha, uma garrafa d’água ou de champanhe gelado ao lado da cadeira não acabam com a restinga, não constrangem ninguém, não poluem a areia nem as dunas. O que polui é a falta de respeito. Vamos parar de ser hipócritas. Tendo interesses pessoais ou não nessa questão todos precisam concordar que o que fizeram em Jurerê Internacional serviria muito bem de modelo ao Brasil inteiro.
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Um bairro planejado, que se tornou um lugar desejado, e se toda Florianópolis fosse preconcebida da mesma maneira, esta cidade tornaria-se certamente um dos melhores lugares do mundo. A praia é de todos em qualquer lugar e deve permanecer assim.“