A morte de Mikael Joaquim Minatti, o empresário que pilotava um ultraleve que caiu em Itapema, entristeceu não só amigos e familiares, mas diversos moradores de São João Batista. Isso porque o homem ajudou a salvar dezenas de desconhecidos durante a maior enchente da cidade, em 2022. Um vídeo mostra o primeiro resgate feito por ele no episódio com um helicóptero (assista abaixo). Para a família dos resgatados, Mikael foi um “verdadeiro herói”.

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Mikael morreu no domingo (4), horas depois da queda no mar da Meia Praia. Ele foi retirado da água em estado estável e seguiu para casa, onde teria passado mal e na sequência sofrido uma parada cardiorrespiratória.

Empresário do ramo da construção civil, Mikael ficou conhecido por ter socorrido de helicóptero diversas vítimas da cheia de São João Batista, em dezembro de 2022. Ao saber da situação, ele foi um dos primeiros a utilizar uma aeronave própria para resgates aéreos, além de solicitar apoio a outros pilotos.

A primeira família que ele salvou naquele dia foi a do afilhado de Nicolly Mazera. Ela conta que a água já passava da altura da janela da casa quando o piloto chegou e salvou o menino de sete anos, Joaquim, o irmão dele e a mãe, Valquíria de Oliveira. Uma manobra arriscada, mas que deu certo:

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Veja fotos do acidente

— Mikael foi um verdadeiro herói. Com sua coragem e generosidade salvou não só o nosso Joaquim e a família dele, mas deu coragem para que muitos outros seguissem o seu exemplo de bravura e salvassem tantas famílias batistenses. Jamais esqueceremos o que ele fez e foi para nós — diz Nicolly.

— Ele foi um anjo nas nossas vidas — complementa emocionada Valquíria.

Joaquim é também o nome do único filho do empresário, de 10 anos. Essa foi a primeira coisa que ele contou ao garoto resgatado quando ele entrou no helicóptero naquele dezembro de 2022, revela entre lágrimas Valquíria.

Assista ao vídeo do resgate em 2022

Mikael era apaixonado pelos voos. O primeiro instrutor dele, Flaviu Neves, virou um grande parceiro. Ele aprendeu a pilotar ultraleve há 20 anos. Tomou gosto, virou piloto de helicóptero e fazia viagens de longas distâncias. Descrito como uma pessoa amável, generosa e amizade fácil, Mikael deixou um legado de bondade.

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— Hoje é o dia mais triste da minha vida, perdi um filho de coração, um grande parceiro — lamentou Flaviu.

Além do filho, Mikael deixa enlutados também os pais, duas irmãs e a namorada, que estava com ele no momento do acidente com o ultraleve. Ela não se machucou.

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