Um dos principais alvos da CPI dos Táxis de Florianópolis, o empresário Isaías Gomes dos Santos obteve na Justiça o direito de ficar calado durante o depoimento que deve dar aos vereadores, marcado para a manhã desta quinta-feira.
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A decisão liminar foi dada pelo juiz Alexandre Morais da Rosa, da 4ª Vara Criminal de Florianópolis, a pedido do advogado Orlando Antonio Rosa Jr.. O habeas corpus preventivo , que atende outros nove proprietários de placas (seis deles são parentes do empresário), foi parcialmente deferido.
O magistrado não assegurou aos envolvidos, por exemplo, a dispensa de comparecer ao depoimento. Entretanto, garantiu que as testemunhas podem ficar caladas, não são obrigadas a assinar o compromisso de dizer a verdade, não tem de produzir provas contra si e não podem ser presas por desobediência ou falso testemunho. E todos terão ainda o direito de receber a assistência do advogado no local , que tem sido proibido de acompanhar as sessões da CPI.
– Só entrei com o habeas corpus para evitar constrangimentos ao meu cliente, que está disposto a comparecer ao depoimento se realmente for convocado, o que ainda não aconteceu – fala Rosa Jr.
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Responsável pela intimação das testemunhas, o guarda municipal Maycon Baldessari, cedido à Câmara de Vereadores para auxiliar na investigação da CPI dos Táxis, disse que ainda não localizou Isaías Gomes dos Santos nem seus familiares.
– Estou tentando intimar as testemunhas, já procurei Isaías Gomes dos Santos na Oficina 1.0 e até mesmo na casa dele, mas não encontrei ninguém – diz.
O depoimento do empresário está marcado para as 9h desta quinta-feira na Câmara. Ainda pela manhã, os vereadores vão ouvir Alexandre Hermes Rosa. A partir das 14h, ocorrem os depoimentos de Rosângela de Souza Gomes, Raquel Freitas, Nilton Freitas e Elauri José dos Santos.
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Na manhã de sexta-feira, estão agendados os depoimentos de Regiane Rocha dos Santos e Tatiani Cristina da Silva dos Santos, mulher de Isaías Gomes dos Santos. O último a depor será Silvio Gomes dos Santos, as 14h de sexta-feira.
Com as sessões desta semana, a CPI encerra a fase de investigações. O relator Tiago Silva (PDT) entrega a versão final do relatório dia 20 de agosto e fala em responsabilizar ex e atuais gestores públicos, o sindicato e proprietários de placas.
:: Suspeitas
Isaías Gomes dos Santos é suspeito de explorar irregularmente táxis na Capital. Entre as irregularidades atribuídas ao empresário estão a compra de placas no mercado paralelo e o arrendamento de concessões. Proprietário da placa 0138, Isaías se considera um taxista e mecânico, uma vez que tem hoje a Oficina 1.0. Nega todas as acusações.
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