O corpo do empresário Carlos Frederico Adolfo Schneider, fundador da pioneira e maior fabricante de fixadores da América Latina, a Ciser, foi cremado na manhã deste domingo em cerimônia reservada à família. Schneider morreu na manhã deste sábado, aos 92 anos de idade, por causas naturais. Ela já vinha sendo cuidado em função de algumas doenças que lutava por causa da idade.

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– Na manhã de sábado ele acabou dormindo – descreveu o executivo de gestão e pessoas da empresa e amigo da família, Emerson Branco.

Apesar da discrição, haverá uma cerimônia aberta aos funcionários e amigos na sede da Ciser, no dia 2 de janeiro, às 10 horas. Um pastor da igreja Luterana será o condutor da cerimônia que será de urna presente.

O empresário deixa dois filhos: Carlos Rodolfo Schneider, atual presidente do grupo empresarial H. Carlos Schneider e ex-presidente da Associação Empresarial de Joinville (Acij), e Sybilla Schneider.

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Mesmo debilitado por conta da idade e com os negócios sob o comando do filho, Schneider continuava visitando a empresa. Ele fazia questão de acompanhar os projetos, as construções e as novas tecnologias implantadas.

– Nós levávamos ele periodicamente na empresa, ele gostava muito. A vida dele foi a Ciser – destacou o executivo de gestão e pessoas Emerson Branco.

O funcionário e amigo da família descreve Schneider como uma pessoa muito reservada. Por conta da discrição, não costumava divulgar o trabalho social e ambiental que fazia.

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Segundo Emerson, 17% do abastecimento de água da cidade vem de nascentes que estão em áreas do Schneider. O empresário adquiriu hectares de áreas de preservação permanente principalmente na região do Quiriri. O funcionário destaca que os investimentos em ações ambientais foram reconhecidos nacionalmente e que a área é reservada à pesquisa e preservação.

De Joinville para o exterior

Carlos Frederico Adolfo Schneider herdou a veia empreendedora do avô, Karl Schneider, que emigrou da Alemanha no século 19 e abriu uma loja em Joinville batizada de Casa do Aço, onde vendia um pouco de tudo. O estabelecimento foi tocado pelo pai de Schneider, Hans Emílio Carlos Schneider, até que ele mesmo assumiu a responsabilidade.

As dificuldades de importação e exportação provocadas pela 2ª Guerra Mundial fizeram com que Schneider buscasse alternativas para manter o negócio. Foi quando fundou a empresa Ciser Parafusos e Porcas, em 1959, e passou a fabricar os produtos que não conseguia mais importar.

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O negócio deu certo e expandiu até formar o atual grupo H. Carlos Schneider, um conglomerado de seis empresas industriais e de serviços. A matriz da companhia continua sendo em Joinville, mas o grupo possui empresas em Minas Gerais, no Peru e na China, com um total de 1,6 mil funcionários.

Manifestação pública da Associação Empresarial de Joinville

O presidente da Acij, João Martinelli, lamentou a morte do fundador da Ciser e pai do vice-presidente da entidade, Carlos Rodolfo Schneider. Para Martinelli, Carlos Frederico foi um pioneiro e, mais do que um empreendedor, um desbravador.

– Perder um grande empresário, significa perder um visionário, uma pessoa que pensa à frente. Perder pessoas que vivem o presente, mas com a mente no futuro, sempre deixa lacunas. A classe empresarial está de luto e rende suas homenagens a este que é um dos símbolos da nossa indústria – escreveu Martinelli, em nota divulgada por sua assessoria de imprensa.

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Empresa divulgou comunicado oficial sobre a morte do fundador. Confira a nota na íntegra:

O Grupo H. Carlos Schneider informa, com pesar, o falecimento do empresário Carlos Frederico Adolfo Schneider, aos 92 anos, na manhã deste sábado, 26, por causas naturais. Schneider foi o fundador da Cia. Industrial H. Carlos Schneider (Ciser), criada em 1959 e, hoje, a maior fabricante de parafusos e porcas da América Latina, sinônimo de inovação e referência de qualidade nos segmentos em que opera. Deixa dois filhos e quatro netos.

O grupo fundado por ele é formado por seis empresas e tem como principais ramos de atuação os fixadores, a incorporação imobiliária, a logística, a agropecuária e a energia.

No início da década de 1980, Carlos Schneider preocupou-se com o futuro da água e com a sustentabilidade do planeta, investindo na aquisição de áreas de preservação, onde se situam importantes nascentes de rios que abastecem Joinville. Também nessas áreas se localizam reservas ambientais de Mata Atlântica, com a preservação da biodiversidade da região, tanto da flora quanto da fauna.

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Por suas ações ambientais e empreendedoras, foi premiado e homenageado nacionalmente inúmeras vezes.

No dia 2 de janeiro, às 10 horas, haverá cerimônia com urna presente, na sede da Ciser, em Joinville, como última homenagem ao empresário.