“No dia 23 de dezembro, através da lei 10.826, lembramos os dez anos do Estatuto do Desarmamento com quase nada a comemorar. A lei que teve como propósito reduzir a violência parece ainda não ter alcançado nenhum sucesso. A ação promoveu o desarmamento de pessoas honestas, que entregaram suas armas confiando na segurança pública e na competência de nossos governantes. No entanto, o que assistimos foi um crescimento desenfreado da violência no país, onde o número de assaltos e homicídios aumentou consideravelmente.
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Diante deste triste contexto, é preciso que sejam debatidas e criadas políticas mais rígidas para o desarmamento de bandidos e a redução da criminalidade. Somente assim, os números da violência oriundos do uso de armas de fogo diminuirão. E como consequência, o cidadão comum só comprará armas para a prática de esporte e lazer. Não podemos deixar de ressaltar que o estatuto apresenta alguns aspectos positivos, mas infelizmente sozinho não é suficiente para reduzir a violência: é apenas condição necessária. A lei tornou mais rígido o controle sobre o comércio de armamento, mas o Brasil ainda é o sétimo país com a maior circulação de armas de fogo e o número um com mais registros de mortes por arma de fogo entre os 12 países mais populosos.
Cabe às autoridades e governantes promover o desarmamento dos bandidos e devolver o sentimento de segurança para a sociedade brasileira. Não bastam leis que desarmem cidadãos comuns e os coloquem à mercê de bandidos armados, enquanto políticos e milionários passeiam de carros blindados e seguranças. É preciso uma mudança profunda não só nas leis mas na mente e nas ações dos governantes.“