O presidente da empresa espanhola Repsol, que administra a petrolífera YPF, Antonio Brufau, disse nesta terça-feira que o governo da Argentina fez campanha para pressionar a redução dos preços das ações da companhia.
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Ontem, o governo argentino anunciou a expropriação da empresa em defesa do que chamou interesse público. A medida foi criticada pelas autoridades espanholas. Brufau disse que a Repsol vai recorrer à arbitragem internacional e exigirá uma compensação pelas ações expropriadas.
A indenização exigida, segundo ele, corresponderá aos valores investidos pelos acionistas. Pelos seus cálculos, algo em torno de US$ 46,55 por ação, representando um total de US$ 18,3 bilhões.
– A presidente argentina [Cristina Kirchner] fez ontem um ato ilegítimo e injustificável, depois de uma campanha de acusações que pretendia derrubar as ações da YPF e permitir uma expropriação a preço baixo. Esses atos não ficarão impunes – disse Brufau.
De acordo com ele, a expropriação viola os princípios da igualdade de tratamento. Brufau disse ainda que tentou se reunir com a presidenta da Argentina e ela evitou recebê-lo. Segundo Brufau, durante sua gestão, a Repsol investiu mais de US$ 20 bilhões, dos quais US$ 15 bilhões na compra da YPF.
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Em defesa da expropriação, o governo da Argentina alegou que o espanhol já recuperou o que foi investido. Pela proposta em discussão na Argentina, 51% das ações da empresa petrolífera serão expropriadas. O governo federal ficará com 26,06% e as regiões produtoras, com 24,99%. Os 49% restantes serão de responsabilidade das províncias (estados) onde a empresa atua.