Um empresário de 65 anos foi preso na terça-feira (16) suspeito de ser o mandante do assassinato de Sérgio Roberto Lezan, ex-secretário de Obras de Major Vieira, cidade do Planalto Norte catarinense. De acordo com a Polícia Civil, a ação foi motivada por vingança.
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O homem que encomendou o crime, de acordo com o delegado Darci Nadal Junior, atua no ramo de plantação de soja em Major Vieira e culpa Lezan pela morte da filha dele, ocorrida em 2017. No entanto, segundo a investigador, não há indícios do envolvimento do ex-secretário na execução da jovem.
– Está excluído qualquer cunho relacionado ao fator político – afirma o delegado. Inicialmente, esta era uma das linhas de investigação, já que, ao lado do prefeito Adilson Lisczkovski, Lezan teria feito o relato que originou a Operação Conta Zerada, deflagrada pelo Ministério Público em setembro.
Seis homens já haviam sido detidos por participação no assassinato da vítima, que tinha 56 anos e foi atingida com pelo menos três tiros à queima-roupa em frente a um ginásio de esportes, no Centro da cidade.
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Com auxílio do setor de inteligência de Canoinhas, a Polícia Civil chegou ao mandante por meios cibernéticos e aos demais envolvidos após análise de imagens de câmeras de monitoramento e laudos periciais de extração de dados.
Se utilizando de seu poder aquisitivo, o intuito do empresário e mandante do assassinato, segundo o delegado, era manter os envolvidos calados e assegurar que sairia impune das acusações.
Participações no crime
No total, sete pessoas foram presas por participação no crime. Durante as investigações foi descoberto que o empresário, inclusive, financiava os advogados de um homem, de 41, que foi responsável por arquitetar a ação, emprestar veículos para monitorar a vítima e contratar um terceiro suspeito, de 26, que recrutou os demais criminosos para cometer o assassinato e comprou a motocicleta e a arma utilizadas no crime.
O jovem foi detido em Papanduva durante uma tentativa de fuga.
Foram presos também um suspeito, de 31, que teria atirado em Lezan e estava com a motocicleta que foi utilizada para o crime quando foi preso; um homem, de 24, que pilotou a moto e levou o assassinato até o local do assassinato; e outros três homens que tiveram envolvimento na ação.
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Durante as diligências, além das prisões, a polícia apreendeu duas armas de fogo e diversos projéteis intactos, a motocicleta e dois veículos utilizados para o monitoramento da vítima.
Relembre o caso
Sérgio Roberto Lezan tinha 56 anos e foi atingido com pelo menos três tiros à queima-roupa em frente a um ginásio de esportes, no Centro da cidade, no dia 14 de junho.
O ex-secretário de Esportes estava entrando em seu carro, em frente ao ginásio, quando foi alvejado. Ele sofreu traumatismo crânioencefálico e morreu no local.
De acordo com a polícia, dois homens encapuzados em uma moto fizeram os disparos e já vigiavam a vítimas três dias antes do crime. Eles conseguiram fugir, mas foram presos um dia após o crime.
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Além de secretário municipal, Lezan já foi diretor de Esportes e era primeiro suplente do partido Republicanos na Câmara de Vereadores. Antes da vida dedicada à política, o homem atuava na Polícia Militar e estava aposentado na reserva da corporação.
Nos próximos dias, de acordo com o delegado Darci Nadal, a investigação será concluída e o inquérito policial será encaminhado ao Ministério Público.
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