O dilema da (i)mobilidade urbana na Grande Florianópolis traz de tempos em tempos ideias mirabolantes para que o trânsito tenha um mínimo de fluidez. Teleféricos, metrô de superfície e o transporte marítimo tornaram-se de uma hora para outra as soluções para que os veículos circulem com tranquilidade. É preciso dizer, porém, que são somente paliativos. Nenhum desses projetos, sozinhos e mesmo aplicados em conjunto, vai resolver em curto prazo este problema, inflado por anos de administrações que fizeram vista grossa ao previsível impasse.

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Todas essas alternativas necessitam de altos investimentos e burocracia para serem materializadas, mas existem outras que podem ser aplicadas imediatamente, com um impacto real sobre o número de carros nas ruas. Uma delas, de baixo custo, é o fretamento. Realidade em grandes centros, esta modalidade de transporte permite a empresas, entidades, instituições e até condomínios residenciais oferecerem conforto e comodidade aos usuários, além de reduzir significativamente a circulação de automóveis.

Com um sistema de transporte particular funcionando nestas frentes, teríamos uma média de 18 veículos a menos por ônibus utilizado. E certamente não concorreria com o transporte público, visto que alcançaria um público diferenciado, que opta somente pelos automóveis para ir e vir do trabalho. Esta ideia também incrementaria o setor de transporte turístico, que ainda padece com a sazonalidade. Imaginemos a cidade sem transporte escolar, com os pais tendo de levar e buscar suas crianças na escola. O caos no trânsito seria muito maior. Como boa parte do território da região é uma ilha, temos que abrir os olhos, sob pena de nos tornarmos apenas uma ilha de ideias inócuas que não saem do papel.

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