Se para quem perdeu os móveis ou precisou sair de casa por mais de uma semana as enchentes já trouxeram aflição, a situação piora quando nos casos em que as cheias dificultam o acesso a um serviço de saúde, por exemplo.

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Quando as águas começaram a subir, o empresário Glauco Antônio Hillesheim retirou os carros da revenda que possui, pela previsão de que o estabelecimento seria atingido pela água. A exceção foi uma Troller, mais alta e capaz de cruzar trechos com alagamento. Como a mulher dele estava grávida, deixou o veículo caso precisasse levá-la ao hospital durante a enchente.

No último dia 13, um helicóptero do Corpo de Bombeiros trouxe uma gestante em trabalho de parto até Taió para conduzi-la ao hospital, já que os acessos na cidade estavam bloqueados pela água. No entanto, a aeronave não pôde pousar perto da instituição. A família ia tentar cruzar os cerca de 400 metros de pista alagada, com mais de um metro de água, a bordo de um Celta. Foi quando Glauco se ofereceu para levar a mulher até o hospital com a Troller.

– Seja o que Deus quiser, você bota o carro dentro da água e só pensa em ajudar o próximo. É fazer o bem sem olhar a quem. Naquela hora quando me pediram para atravessar, eu disse: “acho que passa, vamos tentar”. A mulher estava com dor, gestante, não tem como deixar para trás – contou.

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Glauco conta que nos outros dias também ajudou vizinhos a retirar móveis de lojas e residências. Ele e um funcionário, em outra região da cidade, também auxiliaram moradores que precisavam atravessar áreas alagadas.

Para fechar a experiência marcante, na última segunda-feira, dia 16, a mulher de Glauco deu à luz a segunda filha do empresário, Maria Clara.

Prejuízos e força para reconstrução

Simone Aparecida Farias, de Taió, perdeu móveis e documentos (Foto: Juan Todescatt, NSC TV)

O trabalho dos voluntários e de pessoas da comunidade ajuda a acolher pessoas que perderam tudo com as cheias. A costureira Simone Aparecida Farias, de Taió, conta que a família tinha pegado apenas uma enchente em quatro anos morando na cidade, e que na ocasião a água na atingiu a residência. Desta vez, no entanto, a casa ficou alagada até quase o teto. Perdeu móveis, roupas, documentos e até alimentos.

– Quando vi, me desesperei. Porque a gente leva anos para conseguir alguma coisinha, somos de família humilde – afirma.

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Apesar das perdas materiais, a costureira de Taió se diz grata pelo fato de a família ter ficado em segurança na casa de uma irmã durante as cheias afirma que a família vai se reerguer:

– A gente vai levantar, assim como muitos taioenses estão lutando, se reconstruindo.

Veja fotos das chuvas em Taió

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