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Ao longo dos últimos anos, Alonso Torres colecionou milhares de cartões de empresários e executivos do Brasil e do exterior. Cultivar uma ampla rede de relacionamentos é uma das estratégias para manter o alto nível de um dos mais importantes congressos corporativos do País, a Expogestão. O empresário e sua equipe correm contra o tempo para deixar tudo pronto para a edição deste ano, que começa na próxima semana.

Nesta entrevista exclusiva, ele explica como atua para trazer os congressistas e como são escolhidos os temas abordados nas palestras.

A Notícia – Terminada a edição da Expogestão, como a organização prepara a do ano seguinte?

Alonso Torres – Sempre pensamos em compor a grade de palestrantes da Expogestão com personalidades com notoriedade e encontrar temas relevantes para os negócios e a vida dos executivos. A prospecção é feita com antecedência de vários meses. Por exemplo, em setembro de 2014, quando já se desenhava o quadro econômico pós-eleição, entendemos, então, ser oportuno trazer economistas para fazerem análises macroeconômicas na edição de 2015. Há três anos não colocávamos, com destaque, economistas no palco. Neste ano, estamos dando a ênfase merecida. O momento exige reflexões mais aprofundadas.

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AN – Outro assunto sempre interessante é o que trata de pessoas, liderança…

Alonso – Claro! Liderança é um assunto importantíssimo. Um assunto muito interessante é o que o mercado de RH denomina de key people. Significa perceber como é vital a valorização e consequente retenção das pessoas-chave dentro das organizações. Um argumento poderoso sob este ângulo é o de reconhecer e estimular as competências dos profissionais, para que o processo de inovação dentro das companhias seja algo natural também a partir das pessoas que atuam internamente e se destacam.

:: Conheça os palestrantes confirmados para a Expogestão 2015

AN – Ao longo dos anos, quais os temas mais apreciados pelos participantes da Expogestão?

Alonso – Gestão de pessoas, criatividade, recursos humanos, cenários e tendências sempre são do agrado do público. Energia mereceu atenção mais recentemente e tem despertado interesse geral. Em 2015, teremos um painel exclusivo sobre isso com lideranças catarinenses mundialmente conhecidas. O momento histórico (eventual perspectiva de racionamento de energia e de água dominou as atenções no começo de 2015) é adequado para tratarmos com maior amplitude essa temática.

AN – Neste ano, a monja Coen Sensei dará uma das palestras mais concorridas, acredito. Por que ela?

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Alonso – O assunto meditação e controle das emoções está muito sensível nas organizações atualmente. Tem a ver com produtividade e qualidade de vida. Por isso estamos trazendo a monja. Em São Paulo, ela é uma personalidade presente em reuniões de executivos há uns dez anos. Quando fizemos contato e, na sequência, fomos lá pessoalmente, tínhamos programado uma conversa curta. Conversamos durante três horas. A monja me impressionou muito. Transmite muito conhecimento, muita sabedoria.

AN – A presença de catarinenses entre os palestrantes é fundamental?

Alonso – Quando possível, damos destaque aos catarinenses. Há espaço para gente competente de Santa Catarina, evidentemente. E temos aqui, no Estado, muita gente qualificada. Mas nem sempre as agendas permitem que elas estejam na Expogestão.

AN – Como se buscam e se encontram potenciais palestrantes nacionais e internacionais de ponta?

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Alonso – Há muita literatura e repertório de diferentes fontes a pesquisar. Iniciamos a procura logo depois que acaba uma edição.

AN – A troca de cartões de visita durante a Expogestão é um gesto comum, natural. Quantos cartões o senhor tem e acumulou ao longo destes anos todos?

Alonso – Tenho 5,7 mil cartões de visita em minha agenda. Uns 20% (cerca de 1,4 mil) são de pessoas listadas, continuamente, como ativas no meu cadastro pessoal a cada ano.

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AN – O senhor pede ajuda para garantir algum nome de palestrante?

Alonso – Pedimos auxílio dos empresários que conhecemos melhor. Recebemos indicações também. Pedimos opinião de uns 30 amigos mais próximos sobre quem poderia agregar ao evento. É um trabalho intenso.

AN – Quem o senhor tentou trazer para a edição de 2015 e não foi possível?

Alonso – Tentamos um executivo da SAP alemã para falar sobre sport management. Mas não foi possível porque a agenda nossa com a dele não era compatível.

AN – Que nomes foram procurados, com alguma insistência, e nunca vieram?

Alonso – Nestes 12 anos, tentamos, por cinco anos, trazer o Sílvio Santos (apresentador de TV e dono do SBT). Nunca veio. Outros nomes muito relevantes que não trouxemos são Jorge Gerdau; o Boni (quando ainda estava na Rede Globo); e os executivos do Grupo Garantia (Paulo Lehmann, Carlos Alberto Sucupira e Marcel Telles). Outro foi o economista indiano, ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Muhammad Yunus, idealizador do Banco do Povo, criador do modelo de microcrédito no mundo.

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AN – Algum esportista?

Alonso – O Guga, o nosso grande tenista, também é um nome de nosso desejo há tempos. Ainda não foi possível. O cientista brasileiro Miguel Nicolelis está na nossa lista há três anos. Para este ano, conseguimos trazer um executivo de ponta da Unilever (Fernando Fernandez). Ele vai explorar o tema capitalismo consciente. Há cinco anos, buscávamos a Unilever para a grade.

AN – O senhor viaja muito para fazer os contatos…

Alonso – Certamente. Dentro do País e para fora também. Muita coisa dá para fazer de São Paulo porque praticamente tudo ocorre lá e as pessoas estão e circulam pela metrópole da América.

AN – Quem faz esta prospecção de nomes? Há uma equipe para isso?

Alonso – Desde o início, faço pessoalmente este trabalho. Felizmente, tenho habilidade pessoal nessa direção. Mais adiante, perto do fechamento, a diretora de conteúdo da Expogestão, Ana Clara Fonseca, participa para definições na reta final.

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AN – Que importância esta executiva tem para a realização da Expogestão?

Alonso – A Ana Clara tem larga vivência e excelente relacionamento com o mundo dos negócios. Ela lidera a parte dos conteúdos da Expogestão. É uma profissional muito capaz. Está conosco há dez anos. É, também, palestrante em cinco línguas. Trabalha a partir de São Paulo. Desenhamos o ano seguinte da grade em conjunto.

AN – Qual é o tamanho da sua equipe?

Alonso – A equipe que organiza o evento é composta por oito pessoas, essencialmente. É gente dedicada a contatar com palestrantes do palco principal, patrocinadores, expositores na feira, palestrantes nos workshops. A conta aumenta com os trabalhos de parceiros terceirizados. Assessoria de imprensa, marketing, relações públicas e internet são áreas vitais de apoio e que são terceirizadas. No total, 25 pessoas atuam em todo o processo. Durante o evento, somos 180 pessoas na operação ao longo dos três dias.

AN – Ao definir o calendário anual da Expogestão, quais são os principais cuidados?

Alonso Torres – Um dos pontos fundamentais é cuidar para não haver coincidência de datas com outros eventos de entidades empresariais, como os da Fiesc, Facisc, entre outros. Analisamos o que está agendado em municípios num raio de 200 quilômetros a partir de Joinville. Também é importante evitar colisão com programação de eventos regionais em São Bento do Sul, Blumenau, Itajaí, Florianópolis e Curitiba, por exemplo.

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AN – Por que fazer o evento em maio e não em março ou julho, por exemplo?

Alonso – O mundo dos negócios, para este tipo de situação, funciona de abril a outubro. As empresas só acordam depois do Carnaval para negociarem patrocínios. O primeiro bimestre é tempo de férias. Julho também é péssimo por causa das férias de meio de ano das crianças e da parada das atividades das universidades e da academia em geral. E no último bimestre do ano, o pensamento de todos já está no Natal, no fim de ano e nas férias de verão.

AN – Quando acaba a Expogestão, quais são as providências para o próximo ano?

Alonso – Nos dois meses seguintes ao evento (em junho-julho), fazemos as prestações de contas e entregamos o balanço dos negócios para os patrocinadores e parceiros.

AN – Ao longo destes 12 anos, qual é o total do público participante?

Alonso – Nestes anos todos, mais de 10 mil pessoas já passaram pelo congresso. Nos workshops, a cada ano, aproximadamente 1,5 mil pessoas frequentaram as diferentes salas nos últimos cinco anos. Então, são 7,5 mil pessoas só nestas palestras.

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AN – Qual é o papel da feira de produtos e serviços, que acontece durante a Expogestão?

Alonso – A feira tem um foco diferente daquele do congresso. É mais direcionada e se tornou mais seletiva. Quem vai à feira tem interesse bem próximo com o que vai encontrar lá. Essa situação aumenta a satisfação do expositor porque sabe que recebe gente focada nos produtos e serviços apresentados.

AN – Para além das palestras principais, dos workshops e da feira, o que os organizadores também preparam para os participantes?

Alonso – Teremos um seminário de quatro horas com Hitendra Patel para 30 executivos selecionados. Ele vai falar de inovação disruptiva. Conversamos com empresas de inovação e tecnologia para terem esta oportunidade de troca de ideias e aprendizado.

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AN – A cooperação de entidades empresariais ajuda a aumentar o fluxo de participantes?

Alonso – A capilaridade dos apoios institucionais e de divulgação da Facisc ajuda bastante a captar inscrições e a espalhar as informações sobre o que vai acontecer nos três dias. Para permitir efetiva realização de negócios, também promovemos encontros reservados entre executivos. Fazemos almoços e jantares de aproximação e contatos profissionais. Ainda viabilizamos ações paralelas de complementação das agendas.

AN – Em ano de crise, como fica o orçamento do evento?

Alonso – Em geral, o orçamento da Expogestão gira ao redor de R$ 2 milhões. Neste ano será menor. O custo de realização vai ficar em torno de R$ 1,6 milhão. Os patrocínios entram com metade do valor. A outra fatia vem de parceiros, apoios e das inscrições.

AN – O que é feito para apertar o orçamento?

Alonso – Estamos renegociando os contratos com a cadeia de fornecedores em razão da situação econômica. Vamos gastar R$ 400 mil a menos, mas não podemos reduzir a oferta de palestrantes. O dólar bateu e superou os R$ 3. Passagens e cachês são cotados em dólar.

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