O empresário Luiz Marcelo Ormond, encontrado morto no dia 20 de maio dentro do apartamento dele no bairro Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, tinha medo de casar por conta da divisão de bens, segundo testemunhas. A namorada dele, Júlia Cathermol, é a principal suspeita pela morte do homem, que teria ingerido um “brigadeirão” envenenado. Ela segue foragida. As informações são do g1.

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— Ele falava muito que vivia muito em briga com ela. Ele sempre falava comigo, que eles brigavam muito e tudo mais. Ele era um cara que tinha medo de casar, que falava pra mim, por causa dos bens dele, com medo de separar — contou um amigo de Luiz Marcelo.

Brigadeirão e suspeita de envenenamento: o que se sabe sobre a morte de empresário no RJ

No mês de abril, Marcelo até atualizou o status de relacionamento para casado, em um perfil de rede social.

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— O Luiz era uma pessoa maravilhosa. É uma pessoa que vai deixar muita saudade. Não dá para entender como uma pessoa consegue entrar aqui e ter qualquer tipo de maldade com um ser humano tão bom como era o meu primo — diz Pedro Paulo Ormond, parente da vítima.

Motivação financeira

Segundo o delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo), Júlia não gostou de saber que o namorado desistiu de formalizar a união estável com ela. Nesta quinta-feira (30), ele também disse que a motivação do crime teria sido financeira.

— Isso até robustece a hipótese de homicídio e não de um latrocínio, puro e simples, porque o plano inicial me parecia ser realmente eliminar a vítima depois que essa união estável estivesse formalizada — analisou o delegado.

As investigações mostram que Júlia foi fria. No depoimento da suspeita, ela diz que o namorado serviu o café da manhã dela na segunda de manhã, o que seria impossível, de acordo com a necropsia. O empresário já estava morto.

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— É um caso aberrante porque evidência extrema frieza. Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver, por cerca de três, quatro dias. Lá, teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, teria inclusive descido para a academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava — disse o delegado Marcos Buss.

O delegado diz ainda que o homicídio seria classificado com a qualificadora de torpeza, uma vez que a namorada tirou a vida da vítima para ter acesso aos bens pelo emprego de veneno.

Suspeita teve ajuda

Segundo a Polícia Civil, Júlia permaneceu no apartamento de Marcelo por alguns dias após matá-lo. Há também a suspeita da participação de pelo menos uma outra pessoa no crime. Suyany breschak, que se apresenta como cigana, pode ter auxiliado Júlia no planejamento da morte de Luiz Marcelo.

Segundo Suyany, que realizava limpeza espiritual em Júlia, a suspeita devia à cigana R$ 600 mil pelos trabalhos prestados.

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A profissional também conta que Luiz conheceu Júlia quando ela era garota de programa. Em depoimento, Suyany disse que Júlia admitiu ter colocado 50 comprimidos moídos em um brigadeirão, que deu para Luiz Marcelo comer.

Júlia também teria admitido a Suyany que cobriu o corpo do namorado com lençóis e cobertores e direcionou o ventilador para o corpo, porque estava fedendo demais. A cigana também afirmou que Júlia dizia “há tempos” que não suportava mais Luiz Marcelo.

Suyany está presa e confessou ter recebido o carro do empresário de Júlia, que seria o pagamento de parte de uma dívida. Ela levou o veículo até Araruama, na Região dos Lagos, com vários pertences da vítima, como um computador.

Victor Ernesto de Souza Chaffi recebeu o veículo, e agora está preso por receptação.

— Não dá para entender como uma pessoa consegue, né, entrar aqui e ter qualquer tipo de maldade com o ser humano tão bom que era o meu primo — comentou Pedro Paulo Ormond, primo da vítima.

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A defesa de Suyane, o advogado Cleison Rocha, afirma que ela é inocente e está sendo acusada injustamente.

— A Suyane trabalha com cartas e búzios, e a Júlia se consultava apenas com a Suyane. Não são amigas, elas têm apenas uma relação profissional — disse.

Polícia divulga cartaz solicitando informações

Na última quarta-feira (29), o Disque Denúncia divulgou um cartaz para ajudar no inquérito policial, que foi instaurado pela 25ª DP (Engenho Novo). A divulgação deve ajudar a obter informações que auxiliem na procura e prisão de Júlia Andrade Cathermol Pimenta.

A divulgação deve ajudar a obter informações auxiliem na procura e prisão de Júlia (Foto: Divulgação)

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*Sob supervisão de Luana Amorim

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