Neta do fundador do Frigorífico Chapecó, Plínio Arlindo De Nês, Fernanda De Nês tinha tudo para seguir o faro empresarial da família. Formada em Economia, foi sócia de sua mãe em uma loja de roupas e confecções no centro de Chapecó.
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Mas quando ficou grávida, em 2009, Fernanda descobriu uma vocação. Passou a fabricar bolsas e acessórios de forma artesanal e hoje sua grife, a Bapcia, tem clientes em Florianópolis, São Paulo e Minas Gerais. Na quarta-feira, ela apresentou sua mais nova coleção, composta por 80 bolsas.
– Eu não sabia nem pregar um botão – conta Fernanda.
Quando completou seis mesesde gravidez, ela recebeu ordens médicas para fazer repouso.
– Quase pirei – lembra.
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Ela era muito ativa e, de repente, não podia sair de casa. Por isso tentou uma alternativa para se distrair. Como gostava de patchwork, buscou informações na internet, importou livros dos Estados Unidos e passou a praticar suas ideias, que anotava num caderno. Comprou uma máquina de costura e o marido, engenheiro civil, em fase de estágio, aprendeu a costurar assistindo a vídeos no YouTube.
Foi assim que ela costurou sua primeira colcha de retalhos. Aí vieram acolchoados e almofadas do enxoval da Martina, que nasceu em julho de 2009. Um mês depois nasceu o blog coisasdamartina.blogspot.com.br, onde Fernanda passou a mostrar seu trabalho e compartilhar ideias.
A primeira Bapcia surgiu em julho de 2009. Fernanda lembra que destruiu algumas de suas bolsas para ver como eram feitas. Junto com o marido, foram muitas tentativas, erros e, enfim, acertos. Ela começou, então, a trabalhar com tecidos de algodão.
Por meio de contatos com fornecedores, descobriu costureiros em Novo Hamburgo que lhe ensinaram muito. Desenvolveu peças em couro, contratou uma costureira e montou um ateliê para dar conta da demanda, cerca de 30 peças por mês. Os preços variam entre R$ 200 e R$ 300. Fernanda argumenta que esse é um preço de fábrica e que um modelo similar custaria R$ 500 nas lojas.
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Nome polonês
Fernanda divide o tempo entre a família, a loja e o ateliê. Anota suas ideias em cadernos e, depois de muita pesquisa, desenvolve os produtos a partir da necessidade das clientes – fez alças removíveis, modelos que podem ser usados como carteiras etc. A tendência é de bolsas menores, como um modelo pequeno para levar só o celular e a carteira. Para o inverno, os tons bordô são mais apropriados. Cada bolsa leva um nome. A filha Martina já ganhou vários modelos. A avó paterna, Ilma De Nês, também dá nome a uma bolsa. E a avó materna, Elvira Baraldi, inspirou a marca Bapcia, que é avó em polonês.