A Secretaria de Defesa do Cidadão de Blumenau se reuniu na tarde desta quinta-feira com a direção da empresa responsável pela construção do hotel no terreno em que houve o deslizamento que matou duas pessoas e deixou uma ferida nesta quarta-feira. Segundo o secretário Carlos Olímpio Menestrina, a companhia foi notificada a apresentar um plano de reestabilização da encosta atingida pelo desabamento.
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O prazo dado pelo município foi de cinco dias. A recuperação da encosta atingida é fundamental para a liberação das três casas que ficam acima do barranco, que foram interditadas nesta quarta logo após o incidente. Elas devem permanecer desocupadas até que a empresa apresente a proposta de reestabilização cobrada pela prefeitura e o serviço seja iniciado.
Após o deslizamento desta quarta, a prefeitura montou um grupo que envolve todas as áreas que têm ligação com o caso, como Defesa Civil, setor de fiscalização e Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema). Esta última é a responsável pela autorização para a terraplanagem do local, concedida em novembro do ano passado.
Este grupo, comandado pelo secretário Menestrina, fez vistorias no local nesta quarta-feira e deve acompanhar o assunto. As causas do deslizamento, no entanto, dependiam da reunião desta quinta-feira.
Sobre as possíveis causas do deslizamento, o secretário confirmou que o incidente ocorreu quando os funcionários faziam a construção da sapata de um muro de contenção quando os blocos se desprenderam e atingiram os trabalhadores. Agora, uma análise deve apontar se houve ou não algum problema na execução.
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– Eles entregaram toda a documentação e agora vamos fazer uma análise criteriosa, até amanhã ou segunda-feira. Questionamos a empresa se houve alguma ação fora do projeto. Eles nos responderam que não, que todas as intervenções foram dentro do projeto. Se isso aconteceu, não há problema nenhum – afirma.
A reportagem procurou a direção da empresa Empreendimento Hoteleiro Via Expressa Blumenau Spe, que informou que nesta quinta-feira estava “voltada a dar atenção às famílias das vítimas”. Sobre as causas do incidente, informou que era preciso “aguardar os laudos de geólogos e pessoas especializadas”. Ainda na quarta-feira, a empresa havia divulgado nota em que lamentou o ocorrido e informou que possuía todas as autorizações para a obra.
Polícia abre inquérito para apurar caso
A Polícia Civil também deve apurar as causas do deslizamento desta quarta. Um inquérito foi aberto na 2ª Delegacia de Polícia. O delegado Juraci Darolt explica que pretende ouvir depoimentos de funcionários que trabalhavam no local e também se basear em uma perícia, feita pelo Instituto Geral de Perícias (IGP). A intenção é saber se há responsabilidade por parte da empresa que fazia a obra e se havia alguma forma de evitar que o incidente ocorresse. A expectativa do delegado é concluir o inquérito em até 30 dias.