Uma dívida de R$ 2 milhões, acumulada desde maio deste ano, motivou a empresa Dataprom, companhia paranaense que venceu o Pregão Presencial 530/2015 e assumiu o controle do sistema semafórico de Florianópolis em 2016, a suspender integralmente a manutenção semafórica na Capital.
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Isso inclui o desligamento do sistema de monitoramento de tráfego e a interrupção do fornecimento do software de controle, que gerência o trânsito e sincroniza os semáforos em horários e vias de maior movimento. O serviço está suspenso desde o início desta sexta-feira. A Prefeitura promete quitar os débitos, porém não revela quando isso acontecerá.
Em nota encaminhada à reportagem da Hora, a Dataprom informa que, “devido à inadimplência da Administração Pública Municipal em cumprir com as obrigações assumidas junto à Dataprom, notadamente os pagamentos devidos pelos serviços prestados, está realizando a suspensão integral dos serviços de manutenção semafórica na cidade de Florianópolis, incluindo o desligamento do sistema de monitoramento de tráfego”.
Em seguida, a empresa, que em 2015 firmou contrato de dois meses com a Prefeitura de Florianópolis com dispensa de licitação, afirma que ao longo dos últimos meses foram diversos contatos com a municipalidade em tentativas de evitar a suspensão do serviço, contudo, na maioria das vezes, diz a nota, a “Dataprom não recebeu qualquer justificativa pelo não pagamento, demonstrando o descaso e falta de comprometimento da Administração Pública Municipal”.
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Desde o início de 2016, a Datarpom está fornecendo software de controle, utilizado para a modernização do sistema de trânsito, assim como fornece e instala equipamentos que compõe o sistema de controle viário, tudo ao custo de R$ 5,6 milhões – dos quais mais de R$ 3 milhões foram exclusivamente destinados à equipamentos, anunciou a Secretaria de Segurança e Gestão do Trânsito de Florianópolis em março deste ano.
Prefeitura reconhece a dívida, diz que quer negociar e reclama do desligamento do sistema
José Paulo Rubim Rodrigues, secretário municipal de Segurança e Gestão do Trânsito, reconhece a dívida do município, atribui à crise a falta dos pagamentos e garante que a situação vai ser resolvida, sem saber ao certo quando isso vai acontecer. A dívida, segundo Rubin, é maior com relação à compra de equipamentos que compõe a Central de Trânsito, e de cerca de R$ 600 mil referentes à manutenção do sistema.
O secretário se disse indignado com o desligamento do sistema, pois alguns semáforos começaram a dar problema na tarde de hoje, inclusive um em frente ao Terminal de Integração do Centro (Ticen), dos pontos mais movimentados da cidade. O secretário não explicou em detalhes como está a negociação, e se existe uma estimativa de data para quitar o débito.
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— Eles pararem de prestar o serviço é uma coisa, mas desligar o sistema é outra. Eu não sei se os problemas em semáforos que temos hoje são por conta disso, mas se é realmente é muito grave. Nós vamos pagá-los, estamos em negociação, mas é preciso entender que estamos em uma crise difícil.
Com interrupção do serviço e desligamento do sistema, podem se repetir casos de semáforos desligados ou piscando de forma intermitente, situações que só vão prejudicar mais o já por vezes caótico trânsito florianopolitano.