Motos cheias de estilo são a alma do negócio da Apocalypse Cycles. A fábrica, que fica em Balneário Camboriú, é especializada na produção de motos chopper para um público seleto e exclusivo, disposto a pagar valores que podem ultrapassar R$ 200 mil e a esperar até um ano para ter uma obra de arte sobre rodas.
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O diferencial da Apocalypse é ir além da customização. A empresa produz artesanalmente todas as peças das motos, com exceção do motor e dos componentes eletrônicos. Ali, motocicleta se faz com marreta, solda e lixa – e a quatro mãos.
O engenheiro mecânico Ildomar Barden, 37 anos, ou Nego, como é conhecido, divide com Vânio Kammers, 39, especialista em pinturas e aereografias, a assinatura das motos. Ninguém mais toca nos projetos. Na retaguarda trabalham o irmão de Nego, Eliseu Barden, bacharel em direito, e o modelo Rodrigo Baldissarela, sócio da Apocalypse.
Juntos, eles garantem que a clientela receba uma motocicleta que alia estilo a tecnologia, e sem preocupações extras: a moto é entregue somente após passar por inspeção do Inmetro e obter os certificados de veículo customizado que a permitem rodar em qualquer estrada no Brasil.
– Moto é para desestressar. Não pode causar problema – diz Nego.
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Na linha de produção, o rock n`roll serve de pano de fundo para o batente, que ultrapassa 12 horas por dia. As motos são feitas com placas de aço carbono e duralumíniuo, uma liga metálica que garante acabamento perfeito e durabilidade.
Confira em vídeo um pouco do trabalho de customização das choppers:
Cada parte do corpo é cortada e moldada à mão, seguindo um modelo feito em papel – como os alfaiates faziam, explica Nego. Chopper style Alguns projetos são tão exclusivos, que a empresa chega a fabricar até mesmo os parafusos e as tintas.
Durante a montagem, a atenção é total: as motos, além de custar caro, serão aceleradas nas estradas e precisam oferecer segurança. Todos os projetos são feitos com base em motores novos de Harley Davidson ou SS, que vão de 1.200 a 2.057 cilindradas e oferecem um ronco forte, inconfundível.
Embora possam ultrapassar os 240 km/h, as chopper não são para quem quer apenas velocidade, conta Baldissarela:
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– Quem compra uma moto como essa quer curtir a viagem, vai parando, aproveitando. É outro estilo.
Clientela se surpreende com os projetos
Ter uma moto que se parece com um brinquedo de criança não é para qualquer um. O público das choppers se divide entre jovens endinheirados e clientes mais maduros, com 50 a 60 anos, apaixonados pelas motocicletas.
O design é feito de acordo com o gosto do cliente. Mas segue, necessariamente, o estilo europeu, com o tanque mais baixo, perto do motor, e um visual mais moderno do que as choppers americanas, mais voltadas ao estilo old school.
– Fazemos o projeto com base no que a pessoa gosta. No final, o cliente sempre se surpreende – explica Nego.
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Já a tecnologia usada na moto depende do bolso do cliente e do quanto ele se dispõe a gastar. O projeto mais audacioso, que ainda está em execução, é de uma moto com suspensão a ar dianteira e traseira, com chassi capaz de baixar até o chão. _ É como um Transformer – brinca Krammers.
A moto deve ser exposta nos Estados Unidos ano que vem. Os projetos da Apocalypse já foram premiados em salões nacionais, e deixaram para trás até modelos da badalada oficina norte-americana que é cenário para o programa de TV American Chopper, atração da TV fechada.
Por enquanto, o mercado da empresa é nacional, em especial São Paulo e Rio de Janeiro. Embora haja procura por clientes internacionais, as taxas de exportação têm inviabilizado os negócios. Para chegar a outro continente, a chopper brasileira chega a custar três vezes mais.
Ficha técnica
? Peso: 300 kg
? Motorização: motores novos de Harley Davidson ou SS, de 1.200 a 2.057 cilindradas
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? Velocidade: até 240 km/h
? Materiais: aço carbono e duralumínio
? Estilo: chopper europeia
? Tempo de fabricação: três meses a um ano
? Modo de produção: artesanal
? Linha de produção: três a quatro motos por vez