Mais uma empresa entrou na mira do Ministério Público do Trabalho (MPT), por suposto crime de assédio eleitoral. O órgão sustenta que Adriano José Benvenutti enviou vídeo aos funcionários dizendo que ia alterar a escala dos servidores para que somente os que votassem no candidato de preferência da Transben Transportes pudessem comparecer às urnas no próximo domingo, dia 30 de outubro. O dono da empresa é cunhado do empresário Luciano Hang.

Continua depois da publicidade

> Clique aqui e receba notícias do Vale do Itajaí pelo WhatsApp

O MPT entrou com liminar e a Justiça do Trabalho em Santa Catarina proibiu qualquer interferência da empresa para dificultar a votação dos colaboradores. O empresário também deve apresentar as escalas de viagem dos motoristas dos dias 25 a 31 de outubro, para que seja possível apurar se houve alguma troca interferindo no voto. Uma audiência de conciliação está marcada para a tarde desta terça-feira (25). 

Entenda o caso

O Ministério Público do Trabalha diz que o dono da transportadora teria enviado vídeo aos empregados, em um grupo de trabalho no Telegram, pedindo que todos votem no candidato indicado por ele. “O pedido é acompanhado de uma mensagem em que o empresário avalia que, se o outro candidato à presidência ganhar, haverá desemprego no Brasil e a empresa será afetada”, afirma o MPT.

Em audiência administrativa, os representantes de Adriano José Benvenutti não negaram a autenticidade do vídeo, mas alegaram que o comunicado resultava da alta abstenção no primeiro turno. Frisaram ainda que não se tratava de pedidos de votos, argumentando que o empresário sempre foi bem-humorado.

Continua depois da publicidade

Porém, para o procurador do Trabalho Piero Menegazzi, autor da ação, a prática configuraria assédio eleitoral, especialmente por buscar induzir o voto dos empregados sob a ameaça de desemprego, e também por alterar condições de trabalho com base em discriminação política, buscando beneficiar apenas aqueles que declararem a intenção de votar no candidato de preferência do empregador.

A Justiça do Trabalho de SC determinou que a empresa não poderá criar nenhum tipo de impedimento ou embaraço para que todos os seus empregados consigam votar, sem exceção e independentemente de preferência política, criando as condições necessárias para seu comparecimento aos locais de votação. O vídeo também deve ser excluído das redes sociais. 

Caso alguma das determinações seja descumprida, caberá multa de R$ 100 mil.

A reportagem fez contato com a empresa, que preferiu não se manifestar sobre o caso.

Assista vídeo sobre o segundo turno das Eleições 2022

Leia também 

Empresária de SC pede desculpas após vídeo sobre voto de nordestinos; assista

SC tem 25 casos de assédio eleitoral investigados pela Justiça