Se depender da Mineoro, a segurança dos estádios na Copa do Mundo 2014 está garantida. A empresa, com sede em Garopaba, forneceu os 980 detectores de metal que serão instalados na entrada de nove estádios _ ficaram de fora o de Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador. Apesar de o Brasil estar estreando em eventos de grande porte, a Mineoro não é novata em eventos internacionais. Adquiriu expertise ao fornecer os produtos nos jogos Pan Americanos, Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude.

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– Vimos que esse tipo de evento era dominado por empresas internacionais. Então, começamos com o Pan em 2007 e nos especializamos nisso – conta Paulo Henrique Damásio, filho do fundador, que junto com o irmão e sócio, administra a Mineoro.

Para se tornar um fornecedor oficial da Fifa, a empresa teve que passar por algumas adaptações, porque os equipamentos servem também como instrumento de estatística e registram o entra e sai dos estádios. Então desenvolveram um software para a federação que gera os relatórios e atende às características técnicas exigidas. Os serviços oferecidos para a Copa são instalação, manutenção e desmontagem do equipamento.

E nessa história quem ganha a partida é a pequena empresa catarinense de 100 funcionários, que deve ter um salto de produção e faturamento. Em 2013, foram 2 mil equipamentos produzidos na planta de Garopaba _ tem uma filial em Taquara, no Rio Grande do Sul, onde a empresa nasceu _, neste ano a previsão é de uma produção de 3 mil unidades. Já o faturamento, que cresceu 10% nos últimos anos, deve atingir a marca de 15% em 2014.

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E os planos não param por aí. O projeto é aumentar as exportações, que atualmente respondem por 5% do faturamento da empresa. Os equipamentos de segurança, comercializados principalmente para a rede bancária e indústrias, respondem por 90% do faturamento da empresa e ganharam lugar de destaque na Mineoro por volta de 1995, quando os bancos foram obrigados a instalar portas giratórias com detectores de metal nas agências.

– Crescemos muito produtividade e o mercado interno ficou ainda mais forte. Mas comercializamos também para os países da América do Sul – conta Damásio.

Em busca do tesouro perdido

Um apaixonado por caças ao tesouro com habilidade em eletrônica foi a equação que resultou na criação da Mineoro, em 1954. O apaixonado era o pai de Paulo Henrique Damásio, Jonas Paulo, que começou a desenvolver equipamentos para encontrar metais, como ouro, perdidos no fundo do mar ou enterrados em alguma parte. O produto era também utilizado em áreas de garimpo.

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Mas engana-se quem pensa que com a utilização de detectores de metal nas portas das agências bancárias o produto ficou esquecido. Os detectores para buscar tesouros respondem por 10% do faturamento atual da Mineoro, que exporta os equipamentos para 70 países.

– A prática está bem mais difundida, inclusive tem clubes de detectoristas de metal. Em outros países, ele é o ganha-pão de muita gente – diz Paulo Henrique Damásio, que também pratica o esporte uma vez por mês para testar os produtos e garante que é possível encontrar muitas coisas nas areias das praias catarinenses.

Para intensificar as vendas do produto, houve uma modernização de toda a linha. Outro diferencial, está no detector de longa distância, que segundo Damásio, é uma exclusividade da empresa.

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– Já tivemos relatos de pessoas que encontraram objetos a 100 metros de distância – garante.