Uma empresa de Lages, na Serra de Santa Catarina, foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga uma suposta ligação com uma organização criminosa. Conforme a investigação, o estabelecimento teria se aliado ao grupo para operar, de forma ilícita, com instituições financeiras e agentes no mercado de capitais, sem autorização ou registro no Banco Central e na Comissão de Valores Mobiliários. A ação, batizada de Operação Comércio, ocorreu na manhã desta terça-feira (11).
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Segundo a polícia, há indícios de que empresas investigadas durante a Operação Ouranós — que apurou um esquema bilionário de pirâmide financeira que surgiu em Balneário Camboriú — tenham contratado um agente para exercer a função de corretor de valores, captando clientes para realizar investimentos em valores mobiliários com o pagamento de juros mensais acima do padrão de mercado.
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“Somente em cidades da região serrana de Santa Catarina o agente investigado já teria captado mais de R$ 10 milhões sem autorização legal”, afirmou a Polícia Federal em nota.
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Na operação desta terça-feira (11), em Lages, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão no endereço residencial e comercial do investigado. A ação é um desmembramento da Operação Ouranós deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2023.
A polícia investiga os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e contra o sistema financeiro nacional, dentre eles, fazer operar instituição financeira sem autorização, oferta irregular de valor mobiliário e exercício ilegal de assessoria de investimento. Caso seja condenado, o investigado poderá ser receber uma pena de até 12 anos de reclusão.
A identidade do investigado não foi divulgada. A operação segue em segredo de Justiça.
Operação Ouranós
A Operação Comércio é um desdobramento da Ouranós, que investigou uma organização criminosa suspeita de captar mais de R$ 1 bilhão por meio de pirâmide financeira. O esquema teria surgido em Balneário Camboriú, no Litoral Norte do Estado. Na época, foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão, 11 medidas cautelares, além do bloqueio de R$ 400 milhões em bens, como veículos de luxo e embarcações, em quatro estados.
A investigação, que teve início em 2020, apurou que o grupo operava uma distribuidora de títulos e valores mobiliários para captar mais de R$ 1 bilhão, e trabalhar com cerca de sete mil investidores de 17 estados brasileiros e do exterior, por meio de oferta pública de contratos de investimentos coletivos, em uma suposta arbitragem de criptomoedas, com remunerações fixas e variáveis, sem qualquer controle, registro ou autorização dos órgãos competentes.
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