Uma empresa organizadora de eventos de Santa Catarina é acusada de aplicar um golpe milionário por uma turma de formandos de medicina de uma faculdade do Paraná. O serviço de comemoração de formatura estava orçado no valor de R$ 2,9 milhões, com festa marcada para este sábado (21), mas que foi cancelada na véspera pelo dono do negócio. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
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Segundo relatos nas redes sociais, 123 alunos de medicina da UniCesumar de Maringá pagaram os valores combinados com a Brave Brazil, sediada em Florianópolis, durante seis anos para ter colação, missa, jantar e baile de formatura em dias distintos. Até a data em que estava prevista a festa, R$ 2.930.859,51 já haviam sido pagos para a empresa organizadora, de acordo com uma nota divulgada pela comissão de alunos neste sábado (21).
O serviço contratado previa eventos de luxo, com grandes estruturas e atrações musicais nacionais. A empresa, que afirma ser especialista em formaturas de medicina, prometia decoração especial, entretenimento e conforto, mas os contratantes alegam que isso não foi entregue nos principais dias de comemoração.
De acordo com a turma, faltando menos de 24 horas para o baile de formatura, o dono da empresa teria desmarcado o evento com a comissão, sem prestar esclarecimentos aos contratantes e fornecedores.
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“Empresa pegou o dinheiro, não pagou nenhum fornecedor e não entregou. Foram seis anos pagando o evento para que houvesse uma formatura dos sonhos, como sempre prometeram. Eram dois dias de festa. No primeiro não houve comida (tinha arroz, batata e frango), sem bebida gelada, sem copos, piso soltando, estrutura sem finalizar, uma tragédia, evento péssimo! E na madrugada anterior ao segundo dia, avisaram que não fariam a festa”, relatou uma das pessoas prejudicadas pela empresa em um registro no Reclame Aqui, feito neste sábado (21).
O jantar de formatura, que aconteceu na quinta-feira (19), não contou com a estrutura ou cardápio esperados pelos estudantes e familiares. De acordo com os formandos, a empresa não teria pagado os fornecedores que haviam sido combinados. Em publicações na internet, eles relataram que eram esperadas 15 opções de jantar pois o cardápio custou cerca de R$ 20 mil.
A comissão de formatura também afirma que entrou em contato com produtores responsáveis pelas atrações musicais combinadas e confirmou que eles não haviam sido pagos. Ainda de acordo com eles, o mesmo ocorreu com outros fornecedores.
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A Brave Brazil disse à reportagem que a empresa já havia comunicado para a comissão de formatura sobre a impossibilidade de concluir o baile de formatura, pré-agendado para o dia 21 de janeiro na formatação originária, “dado o déficit de pagamento para conclusão do projeto contratado há anos atrás, devendo então a comissão negociar com a empresa algumas readequações”. De acordo com a empresa, o montante faltante corresponderia a mais de R$ 530 mil e “não houve outra alternativa, senão o adiamento daquele último evento, mantendo a disposição de realocá-lo em data mais próxima possível”.
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“Pesadelo” e “sonho destruído”
Nas redes sociais, formandos e familiares relatam o desapontamento com o ocorrido e enfatizam o prejuízo sofrido. “Foram mais de 2,5 milhões de reais investidos para uma noite de horrores!”, publicou um aluno na plataforma do Reclame Aqui.
“O que era pra ser um sonho virou um pesadelo. Não só por nós formandos, que tivemos o nosso sonho interrompido, mas pela logística de milhares de funcionários que se deslocaram até Maringá para realizar o evento e não foram pagos (o dono fugiu) e pelos familiares que também se deslocaram de longe pra comemorar”, escreveu a formanda Ana Flávia Cury Ivantes em uma publicação no Instagram.
“Nosso sonho foi pelo ralo na noite de ontem! Foi o pior evento que já fui em minha vida, e era a minha formatura. Faltou tudo! Comida, iluminação, climatização, conforto, decoração, literalmente tudo. A bebida quente e o bar de drinks com pessoas inexperientes que não sabiam nem como fazer os drinks. Estava quente, sem climatização. O banheiro masculino era um container sem portas que dava para todos verem você usando, o chão foi coberto por feltro e as pessoas tropeçavam o tempo todo nas emendas. E falando com os fornecedores todos mencionaram que a Brave não os pagou e por isso não conseguiam entregar um serviço de qualidade!”, diz outra queixa no Reclame Aqui publicada na sexta-feira (20).
Veja a nota publicada pela turma de medicina:
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O que diz a Brave Brazil
Em contato com a reportagem, a empresa acusada de golpe divulgou o seu posicionamento oficial por meio de nota. Confira o texto na íntegra abaixo.
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