Com experiência na importação independente de veículos novos, o empresário Vinicius Trapani inaugurou em Florianópolis a Importa Clássicos, primeira importadora exclusiva de carros colecionáveis para pessoa física do Brasil. Os veículos são trazidos em nome do comprador final, o que torna possível o pedido de isenção de IPI, barateando o sonho de adquirir o seu carro antigo.
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Para atender o desejo dos clientes, a empresa aceita pedidos para fechar negócio de um determinado veículo localizado pelo interessado, ou faz a busca partindo de um modelo específico indicado. Em ambos os casos é o escritório da empresa na cidade de São Francisco, na Califórnia (EUA), que fica responsável pela vistoria, pois os antigos, ao contrário dos zero quilômetro, não têm preço de tabela e é preciso conferir se o estado de conservação e funcionamento é o mesmo que foi anunciado.
– Nós lidamos tanto com pessoas físicas quanto com lojas de carros. Em muitos casos o veículo tem um valor afetivo e a compra envolve muitas peculiaridades. O vendedor tem vínculo emocional com o seu automóvel, está há muitos anos preservando e cuidando, por isso nossa consultoria faz a busca, a compra, o envio e o desembaraço legal para que nossos clientes realizem o desejo de ter seu modelo predileto – explica Vinicius.
No aspecto legal, alguns requisitos devem ser observados. O primeiro é que, de acordo com a legislação brasileira, somente os automóveis com 30 anos ou mais de fabricação é que podem ser trazidos para o país para fins culturais, de preservação e de coleção. O veículo deve estar em condições de rodagem, tem que descer do container por conta própria. Não se pode importar carrocerias ou carros sem motorização. O comprador deve ser afiliado a um clube de colecionadores de veículos antigos. Depois há todo um processo burocrático para certificar que o automóvel vai poder rodar nas ruas brasileiras (ver quadro).
Segundo Vinicius, o perfil do cliente é predominantemente de homens entre 40 e 60 anos, dispostos a gastar cerca de 40 mil dólares (na origem) para terem o seu brinquedo novo. O valor final chega quase ao triplo. Entre os carros mais procurados estão os muscle cars americanos e clássicos europeus como Rolls Royce e BMW das décadas de 1940 e 1950. Atualmente a Importa Clássicos está com 11 veículos em processo de importação, entre eles um Mercury Speedwagon de 1912, um Rolls Royce Silver Wraith 1949, um BMW 501 1958 e dois MGs de 1950. Os carros podem ser importados em perfeito estado ou para restauração, e a empresa também presta assessoria para esse serviço. A reforma pode ser feita após a chegada ao Brasil ou ainda nos Estados Unidos, onde os custos muitas vezes são mais competitivos.
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Dicas
Qualquer cidadão pode importar um veículo de coleção por conta própria, mas é preciso ficar atento aos documentos exigidos. Confira:
? Fatura pro forma: documento contendo os detalhes do veículo: marca, modelo, cor, ano de fabricação, ano do modelo, número de portas, capacidade de passageiros e lista de equipamentos e número do chassi (VIN) e do motor. Além dos dados do carro será preciso indicar os portos de embarque e de destino, país de origem, de procedência, de aquisição e de destino, termo de venda internacional, preço unitário, preço total, valor do frete e modo do fechamento do câmbio para pagamento.
? Registro no Sistema Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros da Receita Federal.
? Requerimento ao Departamento Nacional de Trânsito do Certificado de Adequação ao Trânsito (CAT), que certifica o número de chassi (VIN).
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? Licença de Importação do Departamento de Operações de Comércio Exterior.
? Pagar pelo carro e combinar o transporte. É preciso embarcar o automóvel em até 60 dias após o deferimento da Licença de Importação.
? Com os documentos exportação/importação, é preciso um despachante aduaneiro para registrar a Declaração de Importação e nacionalizar o veículo.
? Os fiscais alfandegários conferem a mercadoria e vem a cobrança dos impostos: 35% de Imposto de Importação; entre 37 e 55% de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – varia de acordo com a cilindrada -; Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) entre 17% e 19% de acordo com a unidade da federação, e 11,6% de PIS/Cofins.