Há oito anos, o designer Leonardo Minozzo percebeu que faltavam no mercado empresas de animação com qualidade. Ele já havia passado por uma agência de publicidade e pela área de marketing de uma multinacional.Se os fornecedores que existiam não entregavam um produto final bem feito e ainda assim tinham clientes, ele pensou que poderia fazer melhor e vender mais. Com 25 anos, juntou-se a dois amigos e fundou a Cafundó, desenvolvedora de animações para publicidade e entretenimento.

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Após três anos, Leonardo, já sem os sócios, percebeu que poderia ganhar mercado se fosse além da animação. Investiu em realidade aumentada, holografias, animações 3D e vídeos com experiência 360°.

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– Fomos atrás de programadores e desenvolvedores e começamos a estudar tudo que se relacionava à tecnologia – diz.

A demanda, segundo ele, é constante, especialmente pela novidade. Agora, por exemplo, estão desenvolvendo a holografia de um trator, em tamanho real, que ficará em uma feira de negócios. Com preço competitivo, a Cafundó passou a ter clientes de São Paulo. O portfólio conta com empresas como Rede Globo e Volkswagen. O faturamento, diz Minozzo, crescia entre 25% e 30% ao ano:

– Fora o ano passado, em que estacionamos. Mas agora, neste semestre, já voltamos a ter um grande volume de trabalho.

A equipe de 16 pessoas é multidisciplinar. Há ilustradores, designers, roteiristas, além dos programadores e desenvolvedores. Fazer o produto completo, segundo Minozzo, é um dos diferenciais em relação aos concorrentes.

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Um exemplo de sucesso é a Bruxinha Catarina, que de animação virou um miniparque temático que circula pelos shoppings do Estado. Lá, as crianças entram em uma caixa holográfica, dançam e brincam. Um vídeo é gerado em tempo real no servidor. Depois de pronto, é enviado ao e-mail dos pais. A diferença é que eles ganham também uma pirâmide holográfica, dispositivo que, colocado sob o celular, gera uma imagem tridimensional da criança.

Uma escola informal da animação

Não foram só os clientes que vieram atrás da Cafundó. Ela passou a receber também uma montanha de pedidos de estágio, que até então não oferecia.

– Estágio é algo negativo. Muitas vezes, os caras botam para ficar só cortando foto e você não cresce. Então, ficamos uns dois anos pensando no que fazer com esse interesse pela empresa e, no ano passado, começamos o programa de imersão – explica Leonardo Minozzo.

Batizado de Cafundó Academy, o programa seleciona duas pessoas para passar sete semanas na empresa. Eles não trabalham com projetos de clientes, mas em uma proposta própria. De 100 a 150 candidatos aparecem a cada semestre em busca de um espaço.

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– É uma troca. Eles trabalham em coisas que queremos explorar, mas não temos tempo. E sempre pegamos pessoas que têm zero ou pouca experiência.É uma oportunidade também de entenderem como é o mercado de trabalho, como funciona uma empresa – diz.