Com um faturamento de R$ 143 milhões em 2014 e expectativa de crescimento exponencial nos próximos anos, a Arxo não tinha do que reclamar dos negócios, pelo menos até ontem, quando a operação Lava-Jato, da Polícia Federal, bateu a porta da sede da empresa em Balneário Piçarras, no Litoral Norte do Estado. Um contrato firmado com a estatal em outubro do ano passado, de fornecimento de 80 Caminhões Tanques de Abastecimento de Aeronaves (CTAs), no valor de R$ 85 milhões, seria o principal alvo dos policiais, que apreenderam documentos e ouviram diretores da empresa durante o dia. A empresa é líder nacional em fabricação de tanques de combustível do país.

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Na quinta-feira, a Arxo deixou de estampar as capas de jornais e revistas especializadas em economia para figurar entre as empresas envolvidas na operação Lava-Jato, que investiga desvios de dinheiro em contratos com a Petrobras, que já teriam superado R$ 2 bilhões. Há menos de um mês, a empresa divulgava no jornal Valor Econômico o balanço de 2014, com um faturamento de R$ 143 milhões. Para este ano, a expectativa era alcançar R$ 196 milhões. Ao jornal, a diretoria ainda estimava um crescimento até 2025, onde esperava alcançar R$ 1 bilhão em vendas.

Os planos para chegar nessa cifra estavam na expansão da empresa. No começo do ano, a Arxo inaugurou uma nova fábrica em Pernambuco, no município de Vitória do Santo Antão. A outra unidade no Estado nordestino fica em Cabo de Santo Agostinho. A fábrica principal fica em Balneário Piçarras – aberta em 2009, quando a empresa mudou o nome fantasia de Sideraço, que ficava em Itajaí, para Arxo. Os investimentos em ampliação do parque industrial somam R$ 43 milhões e ainda incluem a construção de uma fábrica em Araguari, já em andamento, e outra em Ciudad del Leste, no Paraguai, com previsão de início das obras em 2015. De acordo com a assessoria de imprensa, atualmente a empresa possui mais de 400 funcionários.

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A cada 10 tanques subterrâneos de gasolina espalhados em postos pelo Brasil, sete foram fabricados em umas das três indústrias da Arxo. A empresa também é líder na América Latina no fornecimento desse produto e também fabrica vasos de pressão, módulos de abastecimento e projetos especiais para grandes companhias. Sobre as investigações realizadas pela polícia ontem, a assessoria de imprensa da Arxo informou que o contrato de R$ 85 milhões de venda de CTAs para a Petrobras, firmado em outubro do ano passado, continua em vigor:

– O contrato continua vigente, tanto que a primeira remessa de CTAs serão entregues em meados de fevereiro à empresa. A direção da ARXO não teve contato com a direção da Petrobras, nem hoje, nem em qualquer outro dia – comunicou a empresa em nota.

A assessoria ainda informou que não ter dados sobre quantos contratos já foram assinados com a Petrobras, com quem já tem relacionamento comercial desde 2003.

Questionada sobre os contratos com a empresa catarinense, a assessoria da Petrobras não enviou resposta até o fechamento desta edição. A Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Postos de Serviços (Abieps) e a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) também não comentaram a operação da PF.

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Os fatos que marcaram a operação: