Com oscilações nas cotações do petróleo, minério e o aquecimento do planeta verificado em estudos científicos, os olhares do setor público e do setor empresarial se voltam a novas possibilidades quando o tema é energia. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em todo o planeta, somente um quarto da eletricidade é gerada por vento, sol e outros recursos renováveis, sendo que eles emitem pouco ou nenhum gás de efeito estufa ou soltam poluentes na atmosfera.

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Em busca de maior sustentabilidade, essas modalidades, como energia solar, eólica, hidrelétrica e geotérmica, geram eletricidade com baixo ou nenhum impacto ambiental. Ao fazer a transição para essas matrizes, é possível reduzir a dependência de combustíveis fósseis e mitigar as mudanças climáticas, levando a um cenário mais sustentável e limpo para as gerações presentes e futuras. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as fontes renováveis foram responsáveis por um crescimento de 3,3 gigawatts (GW) da matriz elétrica brasileira até abril deste ano.

Entre as possibilidades, está a matriz hidrelétrica – e nela o Brasil já é referência. No ano passado, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a participação das matrizes renováveis, no total de energia gerado pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) foi a maior dos últimos 10 anos, com hidrelétricas representando 73,6% desse total gerado. As eólicas vieram na sequência, com 14,9% e as outras fontes, como biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa, atingiram 11,8%.

Empresas são agentes transformadoras na transição energética

A transição para matrizes de energia renovável leva a diversos benefícios, como o enfrentamento de mudanças climáticas, garantia da segurança energética, promoção do crescimento econômico e de um futuro mais sustentável para a população.

Entre as possibilidades, a bioeconomia pode converter desafios em oportunidades de negócio. Com forte apelo à transição energética diante das mudanças climáticas, o Brasil pode chegar a um faturamento de US$ 284 por ano com os investimentos na adoção da biomassa no mercado de energia até o ano de 2050, segundo estimativas da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI). Essa é apenas uma das metodologias inovadoras, que utiliza recursos biológicos e renováveis como estratégia em busca de maior descarbonização, com redução dos gases de efeito estufa. E é nessa linha que empresas catarinenses têm apostado e conquistado ganhos de segurança energética ao proteger o meio ambiente.

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As indústrias podem ser participantes ativas do processo de transição energética, levando a benefícios econômicos e ao meio ambiente. Foi esta a escolha da Primo Tedesco, de Caçador, que desenvolve projetos de geração de energia desde 2019.

Após conquistar um financiamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a companhia investiu em duas estratégias envolvendo geração de energia a partir de fontes hidrelétricas e da biomassa, utilizando a queima do cavaco de madeira, que pode ser utilizado para energia térmica. Por meio do Macroprograma Mais Energia Sustentável é BRDE, o banco investe na geração e transmissão de energias por fontes renováveis e promoção de eficiência energética. Somente ano passado, foram financiados R$953,4 milhões em projetos, sendo 757 de energia elétrica por fontes renováveis.

Com o case da Primo Tedesco, com geração total de 8,5 megawatts de energia, os dois projetos somados possuem a capacidade de reduzir 174,1 mil toneladas de CO2e em toda a vida útil dos projetos. A meta da companhia é atingir a produção de 60 milhões de embalagens de sacos para cimento, além de gerar 15 MW de energia a médio e longo prazo.

— A energia é um dos principais pilares na produção de papel e celulose, tanto na questão de custo de produção quanto na estratégia de segurança operacional e de processo. Com isso melhoramos nossa segurança na matriz energética, nosso custo de produção e na parte ambiental usaremos mais resíduos que são gerados pela cadeia de empresas que atuam no mercado madeireiro na região. Sendo assim, o pilar da sustentabilidade, o qual aplicamos na prática, será reforçado no quesito respeito ao meio Ambiente, uma preocupação que faz parte do nosso DNA — detalha Ezequiel Guilherme Tomazini, gerente de unidade da Primo Tedesco.

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Ao gerar a própria energia, a Primo Tedesco tem mais segurança energética e ainda atua na transformação para um mundo mais sustentável.

Por qual motivo a transição energética entra em pauta?  

Estudos científicos alertam para um cenário preocupante, mas ainda não irreversível. O aumento da emissão dos gases do efeito estufa tende a elevar as temperaturas, mudando todo o ecossistema e a organização dos seres que vivem no planeta terra.

Enquanto estratégias como a produção de energia via hidrelétricas e do etanol são realidade mais próxima, a adoção do processo de geração de energia via biomassa pode ser um aliado visando a redução da emissão de CO2 – o que ainda precisaria ser atrelado à diminuição da degradação de florestas, melhoramentos agrícolas e estratégias para reduzir as queimadas em solo brasileiro.

Na visão da ABBI, entre os benefícios da bioeconomia são a criação de cadeias produtivas com novas funcionalidades, fomentando oportunidades de crescimento da indústria, conforme foi apontado no estudo “Potencial do impacto da bioeconomia para a descarbonização do Brasil” desenvolvido em parceria com a Embrapa Agroenergia, Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR/CNPEM).

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